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Síria: Explosão em ônibus militar deixa ao menos 14 mortos em Damasco

Explosão em ônibus militar em Damasco; até o momento, o provável atentado não foi reivindicado - AFP PHOTO/HO/SANA
Explosão em ônibus militar em Damasco; até o momento, o provável atentado não foi reivindicado Imagem: AFP PHOTO/HO/SANA

Do UOL, em São Paulo*

20/10/2021 07h08

Uma explosão em um um ônibus militar no centro da capital síria Damasco resultou na morte de pelo menos 14 pessoas e deixou vários feridos na manhã de hoje.

Segundo a agência oficial de notícias Sana, duas bombas explodiram quando um ônibus transportando militares atravessava "um ponto estratégico" do centro de Damasco. Até o momento, o provável atentado não foi reivindicado.

O impacto, registrado às 6h45 do horário local, foi sentido em boa parte da capital síria. Um terceiro artefato foi descoberto e desativado pelo exército.

As autoridades sírias não especificaram se as bombas foram acionadas à distância. As imagens divulgadas pelas mídias locais mostram um ônibus carbonizado depois da intervenção de socorristas e bombeiros.

Desde que as tropas do governo de Bashar al-Assad retomaram o controle de Damasco e arredores, há cerca de três anos, uma calma relativa reina e atentados se tornaram mais raros.

Damasco não é tão afetada pela violência da guerra síria, especialmente desde que militares e milícias aliadas tomaram o controle em 2018 do último reduto rebelde perto da capital.

A explosão de hoje é o evento violento na cidade desde o atentado executado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI) contra o Palácio de Justiça em março de 2017, que deixou pelo menos 30 mortos.

13 mortos em bombardeio

Cerca de uma hora depois da explosão em Damasco, bombardeios do exército mataram pelo menos 13 pessoas, entre elas 10 civis, na província de Idleb, o último grande reduto jihadista e rebelde no noroeste da Síria, afirmou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

"Acordamos às 8h da manhã sob o bombardeio. Meus filhos ficaram aterrorizados e gritavam. Não sabíamos o que fazer, nem para onde ir", afirmou à AFP Bilal Trissi, pai de duas crianças que vive perto da zona atacada.

Uma trégua negociada pela Turquia - que apoia os rebeldes sírios - e a Rússia, aliada do regime de Bashar al-Assad , está em vigor desde março de 2020 na região, mas confrontos esporádicos continuam sendo registrados. Idleb está sob domínio de Hayat Tahrir al-Cham (HTS), braço sírio da Al-Qaeda e grande inimigo do grupo Estado Islâmico.

A explosão em Damasco e os bombardeios em Idleb colocam em questão a retórica do regime sírio sobre o fim da guerra e o retorno à estabilidade. Há meses Bashar al-Assad tenta tirar a Síria do isolamento internacional para atrair novos projetos de investimentos e reconstruir o país. Apoiado por milícias ligadas ao Irã, o regime controla atualmente quase a totalidade das maiores cidades.

Iniciada em 2011 após a repressão de manifestantes pró-democracia, a guerra da Síria deixou mais de meio milhão de mortos, segundo o OSDH, e provocou o deslocamento da metade da população do país.

*Com informações das agências AFP e Reuters.