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ONG diz que fechará escritórios em Hong Kong por temer represália da China

Desde a implementação da lei, ativistas e políticos que se opõem ao regime foram presos ou exilados - Anthony Wallace/AFP
Desde a implementação da lei, ativistas e políticos que se opõem ao regime foram presos ou exilados Imagem: Anthony Wallace/AFP

Colaboração para o UOL

25/10/2021 08h31Atualizada em 25/10/2021 08h48

A Anistia Internacional, ONG que protege os direitos humanos, anunciou nesta segunda-feira (25) que vai fechar seus escritórios em Hong Kong por causa de uma lei de segurança imposta pela China que teria tornado impossível o trabalho do grupo sem o risco de represálias.

Anjhula Mya Singh Bais, presidente do conselho internacional da Anistia, disse em um comunicado que os dois escritórios seriam fechados até o final do ano, observando a intensificação da repressão que forçou pelo menos 35 grupos a se desfazerem este ano por causa da lei.

Entre esses grupos que se desfizeram estão vários sindicatos, ONGs e grupos profissionais importantes. Diversas outras ONGs, incluindo a New School for Democracy, se mudaram para a ilha democrática de Taiwan.

São dois escritórios. O primeiro era uma filial local concentrada nos direitos humanos e em campanhas na própria cidade, enquanto o segundo era uma sede regional que realizava trabalhos de investigação e promoção no Sudeste Asiático e no Pacífico. A Anistia Internacional especificou que fechará o escritório local em 31 de outubro, enquanto o regional se mudará "no final de 2021".

"Direitos individuais"

Autoridades de Hong Kong e da China defendem que a lei de segurança nacional consagra os direitos individuais, classificando-as como necessárias para restaurar a estabilidade após protestos em massa em 2019, quando milhões foram às ruas ao longo de muitos meses.

Desde então, mais de 70 pessoas, incluindo muitos dos principais ativistas pela democracia de Hong Kong, foram acusados de crimes de segurança. Quase todo por opiniões políticas que hoje são consideradas ilegais.

Nesta segunda-feira, Ma Chun-man, de 31 anos, foi considerado culpado de incitar a secessão por gritar palavras de ordem como "Independência de Hong Kong, a única saída" e "Povo de Hong Kong, vamos construir nosso país". Ele pode ser condenado a até sete anos de prisão. Sua sentença será anunciada em data ainda não determinada.

No início deste ano, o jornal pró-democracia Apple Daily fechou depois que seus ativos foram congelados e seus principais executivos foram presos.

*Com informações da AFP