Supostamente extinta, aranha 'assassina' é identificada em ilha
Supostamente extintas, as aranhas da espécie Zephyrarchaea austini voltaram a ser identificadas na Ilha Kangaroo, na Austrália. Conhecido por sua mandíbula gigante e presas perfurantes, esse aracnídeo, que tem o nome popular de "aranha-pelicano", ganhou a má fama de "assassino" por seu estilo de caça agressivo e "canibal", já que seu alvo são outras aranhas.
Cientistas temiam que a espécie tivesse sido extinta durante os incêndios florestais ocorridos no país da Oceania, entre 2019 e 2020. Porém, pesquisadores anunciaram ter encontrado dois exemplares vivos em setembro deste ano, a 3,8 km de distância de seu habitat natural.
Quando grandes incêndios florestais varreram a Austrália em 2019 e 2020, ceifando centenas de vidas e destruindo mais de 27 milhões de acres de terra, os especialistas previram que mais de 1 bilhão de mamíferos, pássaros e répteis em todo o país também poderiam ter sido feridos ou mortos, detalhou o jornal norte-americano The Washington Post, que repercutiu a descoberta.
Chamadas de aranhas-pelicano por causa de seu pescoço alongado e mandíbulas poderosas, semelhantes às da ave, as aranhas "assassinas" tem sua origem conectada ao período Jurássico, há mais de 140 milhões de anos, e desempenham um papel crucial em ajudar a regular o ecossistema, controlando pragas e bombeando nutrientes de volta para o solo.
"Eles são de vital importância para o funcionamento do ecossistema, mas também são amplamente ignorados", declarou ao jornal britânico The Guardian Jessica Marsh, aracnóloga e assistente de pesquisa honorária do South Australian Museum, sobre as aranhas.
"Estamos pesquisando esses invertebrados desde os incêndios, então foi uma sensação incrível finalmente encontrá-los", comemorou, acrescentando que a busca para encontrar e proteger outras populações do aracnídeo continuará.
Descritos pela National Geographic como "pequenos lobos" da floresta, por serem "brutalmente eficazes" em suas caçadas, a espécie é conhecida por prender outras aranhas em suas mandíbulas e balançá-las no ar até que morram.
Jessica, que admitiu ter uma conexão emocional com as criaturas por causa de seus anos de pesquisa, observou que muitas pessoas não parecem tão interessadas, argumentando que há "apatia política e pública geral em relação aos invertebrados".
Embora a descoberta das duas aranhas seja promissora, a especialista disse que o processo de recuperação será um desafio, já que essas aranhas costumam se aninhar em uma vegetação densa, que levará muito tempo para crescer novamente após os incêndios.
Outras espécies de aranhas assassinas podem ser encontradas em florestas de Madagascar e também na África do Sul.
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