Coalizão racha, e primeira-ministra da Suécia renuncia 8 horas após eleição
Menos de oito horas após ser eleita pelo Parlamento, a nova primeira-ministra da Suécia Magdalena Andersson foi forçada a renunciar hoje, motivada pela saída de seus aliados ecologistas do governo e pela derrota em votação de sua proposta para o orçamento.
"Há uma prática constitucional segundo a qual um governo de coalizão renuncia quando um partido sai. Não quero liderar um governo cuja legitimidade esteja em questão", justificou a social-democrata, acrescentando que espera ser reeleita em uma votação futura.
Primeira mulher a ser eleita chefe de governo na Suécia, Magdalena Andersson, 54, é economista e ocupava o cargo de ministra de Finanças há sete anos antes de se tornar primeira-ministra. Ela substituiu o ex-primeiro-ministro Stefan Lofven, que há dois meses anunciou sua intenção de renunciar após sete anos no poder.
Ainda que Andersson tenha sido a primeira primeira-ministra da história do país, a presença feminina na política é forte na Suécia: cinco dos oito partidos representados no Parlamento são hoje liderados por mulheres. Apenas dois são comandados por homens — o conservador Moderado e o Democratas da Suécia, de extrema-direita —, enquanto o Partido Verde sempre exerce uma liderança conjunta dividida entre um homem e uma mulher.
As mulheres também representam 47,5% dos deputados do Parlamento, 54,5% dos ministros de governo e cerca de 43% dos vereadores do país. Por outro lado, apenas um terço das prefeituras é comandado por mulheres.
Antes de Andersson, houve ainda duas tentativas — malsucedidas — de eleger uma primeira-ministra na Suécia:
- 2003: então ministra das Relações Exteriores, Anna Lindh já era considerada a sucessora do primeiro-ministro Goran Persson quando foi assassinada a facadas em uma loja de departamentos, na capital Estocolmo, por um homem com distúrbios mentais;
- 2006: Mona Sahlin foi escolhida líder do Partido Social-Democrata, mas perdeu as eleições de 2010 para uma aliança de centro-direita formada por quatro partidos.
Na Europa, a Suécia lidera o ranking dos países com maior igualdade de gênero. A nível global, ocupa agora a quarta posição no relatório anual do Global Gender Gap do Fórum Econômico Mundial — atrás apenas dos vizinhos nórdicos Islândia, Noruega e Finlândia.
(Com AFP e RFI)
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