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Rússia pode invadir a Ucrânia na próxima quarta-feira, diz jornal dos EUA

11.fev.2022 - Militares da Ucrânia recebem míssil fornecido pelos EUA como parte de apoio militar em meio à crise com a Rússia - Sergei Supinsky/AFP
11.fev.2022 - Militares da Ucrânia recebem míssil fornecido pelos EUA como parte de apoio militar em meio à crise com a Rússia Imagem: Sergei Supinsky/AFP

Do UOL, em São Paulo

12/02/2022 08h48Atualizada em 12/02/2022 10h21

Os Estados Unidos obtiveram informações que a Rússia está discutindo a próxima quarta-feira (16) como a data prevista para o início da ação militar na Ucrânia, disseram autoridades ouvidas pelo jornal The New York Times. Os oficiais reconheceram, no entanto, a possibilidade de que mencionar uma data específica possa ser parte de um esforço russo de desinformação.

Os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Joe Biden, dos Estados Unidos, falarão por telefone hoje depois que Washington disse que a Rússia havia reunido soldados suficientes perto da Ucrânia para lançar uma grande invasão, que provavelmente começaria com um ataque aéreo.

O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, acusou os Estados Unidos de quererem provocar um conflito na Ucrânia com suas acusações de uma iminente invasão russa.

Em conversa por telefone com seu homólogo americano, Antony Blinken, Lavrov ressaltou que a "campanha de propaganda lançada pelos Estados Unidos e por seus aliados sobre uma 'agressão russa' tem como fim provocar e encorajar as autoridades de Kiev" no conflito da região de Dombass, uma região do leste da Ucrânia, onde as forças ucranianas enfrentam há oito anos os separatistas pró-russos apoiados por Moscou.

Blinken disse que a Rússia pode invadir a Ucrânia "a qualquer momento". Ontem, o secretário já havia cogitado a hipótese de a ação militar ocorrer inclusive durante os Jogos Olímpicos de Inverno, referindo-se a hipóteses lançadas sobre o desejo da Rússia de esperar que esse importante evento esportivo termine para não ofuscar seu aliado, a China.

Os Estados Unidos descartaram o envio de tropas para defender a Ucrânia, mas aumentaram os deslocamentos para países membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na Europa Oriental, e ontem o Pentágono ordenou o envio de mais 3 mil soldados à Polônia.

Além de Biden, Putin também tem uma conversa programada para hoje com o presidente da França, Emmanuel Macron.

Rússia nega invasão

A Rússia, que tem mais de 100 mil soldados perto das fronteiras da Ucrânia, nega as acusações ocidentais de que pode estar planejando invadir sua ex-vizinha soviética. Os Jogos Olímpicos de Inverno estão sendo realizados em Pequim até 20 de fevereiro.

No dia da abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno na semana passada, China e Rússia declararam uma parceria "sem limites", apoiando-se mutuamente nos impasses na Ucrânia e em Taiwan com a promessa de colaborar mais contra o Ocidente.

Pequim apoiou a exigência da Rússia de que a Ucrânia não seja admitida na aliança militar ocidental Otan, enquanto Moscou se opõe a qualquer forma de independência de Taiwan.

Os Estados Unidos e seus aliados têm alertado a Rússia sobre duras sanções se realizar uma invasão da Ucrânia. Moscou diz que a crise está sendo impulsionada pelas ações da Otan e dos EUA e está exigindo garantias de segurança do Ocidente, incluindo uma promessa da Otan de nunca admitir a Ucrânia.

Biden pede que norte-americanos deixem Ucrânia

O presidente Joe Biden alertou que os cidadãos norte-americanos devem sair o mais cedo possível da Ucrânia, devido à crescente tensão com a Rússia.

"Cidadãos norte-americanos devem sair já. Não é como se estivéssemos lidando com uma organização terrorista. Estamos lidando com um dos maiores exércitos do mundo. É uma situação diferente e as coisas podem enlouquecer rapidamente", disse anontem em entrevista à NBC News.

Biden, no entanto, descartou a possibilidade de enviar soldados para remover os norte-americanos da Ucrânia. "É uma guerra mundial quando Estados Unidos e Rússia começam a atirar um no outro", afirmou.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou ontem que o país está "pronto para tomar medidas decisivas" em resposta às ameaças de invasão da Rússia.

* Com AFP e Reuters