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Rússia tem soldados suficientes para invadir a Ucrânia, dizem EUA

Imagem mostra trem com soldados e veículos militares da Rússia chegando para exercícios em Belarus - Ministério da Defesa de Belarus/AFP
Imagem mostra trem com soldados e veículos militares da Rússia chegando para exercícios em Belarus Imagem: Ministério da Defesa de Belarus/AFP

Da Reuters, em Moscou (Rússia) e Washington (EUA)

11/02/2022 20h07

A Rússia reuniu militares suficientes perto da Ucrânia para lançar uma grande invasão, disse Washington nesta sexta-feira, ao pedir a todos os cidadãos norte-americanos que deixem o país dentro de 48 horas, depois que Moscou endureceu ainda mais sua resposta à diplomacia ocidental.

Um ataque russo poderia começar a qualquer dia e provavelmente começaria com um ataque aéreo, disse o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.

Ele disse que a inteligência dos EUA acredita que um ataque rápido a Kiev também é uma possibilidade, e que o presidente russo, Vladimir Putin, pode ordenar uma invasão antes do final dos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, em 20 de fevereiro.

No entanto, não está claro se Putin deu definitivamente essa ordem, afirmou Sullivan em uma entrevista coletiva.

Putin e o presidente dos EUA, Joe Biden, falarão por telefone no sábado, de acordo com uma autoridade da Casa Branca e a agência de notícias russa RIA. A agência de notícias russa TASS informou que Putin falará com o presidente francês, Emmanuel Macron, no mesmo dia.

Quatro autoridades dos EUA disseram à Reuters nesta sexta-feira que Washington enviará 3.000 soldados extras para a Polônia nos próximos dias para tentar ajudar a tranquilizar os aliados da Otan. Eles se somam aos 8.500 já em alerta para mobilização à Europa, se necessário.

Anteriormente, imagens de satélite de uma empresa dos EUA mostraram novas mobilizações militares russas em vários locais perto da fronteira.

Depois de dizer à NBC News que as coisas na Ucrânia "podem enlouquecer rapidamente", Biden falou por telefone sobre a crise com os líderes de Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Polônia e Romênia, bem como os chefes da Otan e da União Europeia.

Os líderes levantaram preocupações sobre o aumento militar da Rússia, expressaram o desejo de uma solução diplomática e concordaram em fazer esforços coordenados para impedir a agressão russa, inclusive estando prontos para impor "consequências enormes e custos econômicos graves" a Moscou se a Rússia optar pela escalada militar, disse a Casa Branca após a ligação.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que os países ocidentais, com a ajuda da mídia, estão espalhando informações falsas para tentar desviar a atenção de suas próprias ações agressivas.

"Devastadora e destrutiva"

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que se juntou a outras nações para pedir a seus cidadãos que deixem a Ucrânia, disse na ligação com Biden que teme pela segurança da Europa.

Ele enfatizou a necessidade de "um pacote pesado de sanções econômicas pronto para ser lançado, caso a Rússia tome a decisão devastadora e destrutiva de invadir a Ucrânia", disse o gabinete de Johnson.

Japão, Letônia, Noruega e Holanda também aconselharam seus cidadãos a deixarem a Ucrânia imediatamente. Israel afirmou que estava retirando parentes de funcionários da embaixada.

Moscou, enquanto isso, disse que as respostas enviadas esta semana pela UE e pela Otan às suas demandas de segurança mostravam "desrespeito".