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'Estamos prontos para defender nosso país da Rússia', diz governo ucraniano

Rússia pode atingir indústria de chips com conflito na Ucrânia, alerta Casa Branca. Governo dos EUA também fala em possibilidade "iminente de ataque" - Reprodução
Rússia pode atingir indústria de chips com conflito na Ucrânia, alerta Casa Branca. Governo dos EUA também fala em possibilidade 'iminente de ataque' Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL, em Brasília

11/02/2022 20h55

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou hoje que o país está "pronto para tomar medidas decisivas" em resposta às ameaças de invasão da Rússia.

A declaração ocorreu após reunião com o secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken —e um dia antes da esperada reunião entre o presidente norte-americano, Joe Biden, e seu homólogo russo, Vladimir Putin.

"Em ligação, o secretário e eu discutimos o combate conjunto às ameaças russas. Além da ajuda militar, os EUA estão prontos para fornecer maior apoio à economia da Ucrânia. A Rússia não deve ter dúvidas: a Ucrânia e seus parceiros estão prontos para ações decisivas para proteger nosso país", afirmou Kuleba.

Mais cedo, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia voltou a dizer que o país não tem planos de invadir o território vizinho e acusou os países Ocidentais, como os EUA, e a mídia de promover mentiras sobre suposta iminência de uma invasão russa na Ucrânia.

"No fim de 2021 e início de 2022, o espaço de informação global enfrentou campanha de mídia sem precedentes em escala e sofisticação, cujo objetivo é convencer a comunidade mundial de que a Rússia prepara uma invasão do território da Ucrânia ", disse o governo russo em comunicado.

Não é a primeira vez que o governo russo afirma que o Ocidente tem trabalhado para "agravar" o conflito na Ucrânia.

O conselheiro de segurança nacional do presidente Biden, Jack Sullivan, alertou hoje que um ataque russo à Ucrânia pode começar a qualquer momento, começando com bombardeios aéreos e ataques com mísseis. Ele aconselhou todos os norte-americanos a deixarem o país europeu.

'Ameaça iminente'

Em comunicado divulgado no fim do ano passado, os EUA alertaram os cidadãos do país para que não façam viagens à Ucrânia devido à intensa movimentação de militares da Rússia na fronteira com o país do leste europeu.

"Os cidadãos norte-americanos devem estar cientes de relatos de que a Rússia planeja ação militar significativa contra a Ucrânia. Cidadãos norte-americanos também são lembrados de que as condições de segurança, particularmente ao longo das fronteiras da Ucrânia, na Crimeia ocupada pela Rússia e no leste da Ucrânia controlado pela Rússia, são imprevisíveis e podem se deteriorar rapidamente", disse o Departamento de Estado.

O aviso ocorreu num momento em que a Rússia começava a movimentar soldados ao longo das fronteiras da Ucrânia —o que, segundo as autoridades norte-americanas, poderia indicar que Putin estivesse se preparando para uma invasão, sete anos depois de anexar a Crimeia.

Bolsonaro vai à Rússia

O presidente Jair Bolsonaro (PL) embarca na segunda-feira (14) a Moscou, onde deve se encontrar com Putin, em meio à tensão com a Ucrânia. Apoiadores do presidente no Brasil e interlocutores na Ucrânia esperam que ele leve uma mensagem de paz em sua visita.

No governo, a expectativa é que Bolsonaro mantenha a neutralidade em seu encontro no Kremlin (sede do governo russo).

A visita de Bolsonaro à Rússia foi negociada no fim do ano passado. O Itamaraty deverá tentar passar a imagem de um encontro de interesses bilaterais, citando por exemplo a importância do agrotóxico russo para a agricultura brasileira.