Embaixador do Brasil na Ucrânia diz que situação no país é tranquila
O embaixador do Brasil na Ucrânia, Norton de Andrade Mello Rapesta, disse ontem, em entrevista à Globonews, que a situação no país é "plenamente tranquila e normal", em meio a clima de tensão internacional em razão da possibilidade de a Rússia invadir o país.
Segundo Rapesta, cerca de 500 brasileiros vivem no país — entre eles há estudantes, executivos de multinacionais, familiares de ucranianos.
O embaixador afirmou que o clima entre brasileiros é de vida normal no país. Ele confirmou que a embaixada tem recebido consultas de alguns cidadãos e reconheceu que há um pouco de estresse, algo que ele atribuiu ao noticiário da mídia internacional.
Vários países já pediram que seus cidadãos deixem a Ucrânia, mas segundo Rapesta "não há nenhum motivo para se alarmar ou sair fugindo daqui".
O embaixador recomenda que as pessoas fiquem atentas, acompanhem as páginas e perfis da embaixada nas redes sociais e entrem em contato se houver dúvida.
Rapesta confirmou que todas as embaixadas no Brasil no exterior têm um plano de contingência para casos de emergência. "Pode ser um tsunami, um terremoto, qualquer coisa excepcional. Para que tenhamos condições de proteger os brasileiros e, se for o caso, evacuá-los da zona de problema."
Questionado sobre a viagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Rússia, o embaixador disse se tratar de uma visita bilateral que está programada "há muito tempo" e que não há nenhuma relação com a Ucrânia ou com a situação do país nesse momento.
EUA: Rússia pode invadir Ucrânia 'a qualquer momento'
O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse ontem, em entrevista à CNN, que os Estados Unidos acreditam que a Rússia pode invadir a Ucrânia a qualquer momento, mas ainda espera que soluções diplomáticas sejam encontradas.
Sullivan disse que as forças russas estão em um local onde uma invasão pode ocorrer antes do final dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, em 20 de fevereiro.
De acordo com o jornal The New York Times, os EUA obtiveram informações que a Rússia está discutindo a próxima quarta-feira (16) como a data prevista para o início da ação militar.
Sullivan disse novamente que uma ação militar russa provavelmente começaria com ataques de mísseis e bombas que poderia matar civis.
O conselheiro disse ainda que os EUA e seus aliados estão preparados para responder "imediata e decisivamente" caso a Rússia avance.
A crise surgiu depois da mobilização de mais de 100 mil militares russos para a fronteira com a Ucrânia há várias semanas.
Moscou tem negado reiteradamente que queira atacar a antiga república soviética, mas exige certas garantias na questão da segurança, entre elas que a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) não admita entre seus membros a Ucrânia, um ponto inegociável para o Ocidente.
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