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EUA alertam para que seus cidadãos deixem imediatamente Belarus e Moldávia

Forças armadas da Rússia e Bielorrússia fazem exercício militar conjunto no campo de tiro Gozhsky na região de Grodno - Leonid SHCHEGLOV / BELTA / AFP
Forças armadas da Rússia e Bielorrússia fazem exercício militar conjunto no campo de tiro Gozhsky na região de Grodno Imagem: Leonid SHCHEGLOV / BELTA / AFP

Do UOL, em São Paulo*

15/02/2022 07h50Atualizada em 15/02/2022 08h35

O Departamento de Estado dos Estados Unidos recomendou que cidadãos norte-americanos deixem imediatamente Belarus e Moldávia após o registro de "atividade militar incomum e preocupante" na região.

Milhares de soldados russos se concentram nas fronteiras com a Ucrânia, mas hoje o Ministério da Defesa russo anunciou a retirada de algumas tropas que estavam posicionadas na fronteira com a Ucrânia.

A recomendação para cidadãos norte-americanos foi divulgada ontem, mesmo dia em que Washington anunciou o fechamento de sua embaixada em Kiev e a transferência de seu pessoal para a cidade de Lviv, a 335 km de distância, após uma "dramática aceleração" do envio de forças russas.

Os Estados Unidos repetem que a Rússia pode invadir o país vizinho "a qualquer momento".

Devido a um aumento na rara e preocupante atividade militar russa perto da fronteira com a Ucrânia, cidadãos americanos radicados, ou que pensam em viajar para Belarus devem estar informados de que a situação é imprevisível e de que há grande tensão na região.
Aviso do governo dos EUA aos cidadãos norte-americanos em Belarus

A nota observa ainda que, no mês passado, o Departamento de Estado ordenou a saída de todos os familiares de funcionários da embaixada em Minsk (capital de Belarus).

Além dos temores de um possível conflito militar na fronteira, a advertência de Washington para Belarus também cita o risco de detenção, aplicação arbitrária das leis e restrições pelo coronavírus como motivos adicionais para sair do país.

"A capacidade do governo americano de fornecer a seus cidadãos serviços de rotina, ou de emergência, em Belarus já está severamente limitada, devido às restrições do governo bielorrusso ao pessoal da embaixada americana", acrescentou.

Já o alerta para a Moldávia não se aplica a todo o país, apenas à Transnístria, uma região separatista que não está sob o controle do governo local.

Rússia começa a retirar tropas

A Rússia tem mais de 100 mil soldados, tanques e mísseis concentrados ao longo da fronteira ucraniana, mas nega a intenção de invadir o país vizinho.

Algumas tropas russas posicionadas há várias semanas nas proximidades da fronteira com a Ucrânia e cuja presença provoca temores de uma operação militar no país vizinho começaram a retornar aos seus quartéis, anunciou hoje o ministério da Defesa.

"As unidades dos distritos militares Sul e Oeste, que já concluíram suas tarefas, começaram a carregar equipamentos para o transporte ferroviário e rodoviário e começarão hoje o retorno para seus quartéis", afirmou o porta-voz do ministério, Igor Konashenkov, citado por agências de notícias russas.

Entenda a tensão entre Rússia e Ucrânia

O regime de Vladimir Putin reclama de uma eventual adesão de Kiev à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar criada para fazer frente à extinta União Soviética.

Para Putin, a Otan é uma ameaça à segurança da Rússia por sua expansão na região. Por isso, o presidente quer uma declaração formal de que a Ucrânia nunca vai se filiar à aliança.

Em contrapartida, os Estados Unidos e países aliados do Ocidente (como o Reino Unido, França e a Alemanha) têm dito repetidas vezes que a Rússia pode invadir a Ucrânia "a qualquer momento" e ameaçam o país com "sanções econômicas severas" e "resposta ágil", caso a invasão ocorra.

Moscou, por sua vez, acusa os países ocidentais —em especial os Estados Unidos— de fazerem "histeria e alarmismo" sobre um ataque russo à Ucrânia, o que, segundo eles, não estaria em seus planos.

A Rússia já anexou a península ucraniana da Crimeia em 2014, o que culminou em sanções econômicas dos EUA e da União Europeia. O país também é acusado de financiar os rebeldes pró-Moscou que controlam as autoproclamadas Repúblicas de Lugansk e Donetsk, na região de Donbass.

*Com informações de AFP.