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Ucrânia decreta dia patriótico em data de suposto ataque russo

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em pronunciamento  - Reprodução/Redes Sociais
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em pronunciamento Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Do UOL, em São Paulo*

14/02/2022 16h20

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse hoje que foi informado de que o ataque russo ao país está programado para quarta-feira (16). Por isso, ele estabeleceu para a mesma data o Dia da Unidade Ucraniana.

"Disseram-nos que 16 de fevereiro será o dia do ataque. Faremos o Dia da Unidade. Já assinei o decreto pertinente. Neste dia, penduraremos bandeiras nacionais, colocaremos fitas azuis e amarelas e mostraremos nossa unidade para o mundo inteiro", disse, em uma mensagem por vídeo aos ucranianos.

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Além disso, o presidente ucraniano garantiu que o governo local sabe "claramente onde o exército estrangeiro está perto de nossas fronteiras, seus números, suas localizações, seus equipamentos e seus planos".

Volodymyr Zelensky também buscou tranquilizar o país dizendo ter "um exército maravilhoso" com "experiência de combate única e armas modernas".

Durante o pronunciamento, o presidente ressaltou que essa "não é a primeira vez" que marcam uma data para invasão militar. Disse, também, que estão "sistematicamente travando guerra" com a Ucrânia "em todas as frentes".

"No setor de energia, eles limitam o fornecimento de gás, eletricidade e carvão. Na frente da informação, eles procuram semear o pânico entre cidadãos e investidores através da mídia", disse.

EUA: Rússia pode invadir Ucrânia 'a qualquer momento'

O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse ontem, em entrevista à CNN, que os Estados Unidos acreditam que a Rússia pode invadir a Ucrânia a qualquer momento, mas ainda espera que soluções diplomáticas sejam encontradas.

Sullivan disse que as forças russas estão em um local onde uma invasão pode ocorrer antes do final dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, em 20 de fevereiro.

De acordo com o jornal The New York Times, os EUA obtiveram informações de que a Rússia está considerando a próxima quarta-feira (16) como a data prevista para o início.

Ele disse novamente que uma ação militar russa provavelmente começaria com ataques de mísseis e bombas que poderiam matar civis. O conselheiro afirmou ainda que os EUA e seus aliados estão preparados para responder "imediata e decisivamente" caso a Rússia avance.

Moscou tem negado reiteradamente que queira atacar a antiga república soviética, mas exige certas garantias na questão da segurança, entre elas que a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) não admita entre seus membros a Ucrânia, um ponto inegociável para o Ocidente.

Ucrânia treina civis

Moradores de Kiev, na Ucrânia, participaram ontem de um treinamento militar para defesa em caso de invasão da Rússia em meio à tensão com o país liderado por Vladimir Putin. Segundo a Getty, a iniciativa foi organizada por membros do Setor Direito, partido de extrema-direita e movimento político ucraniano.

Mais de 150 mil soldados russos estão mobilizados nas fronteiras com a Rússia e com Belarus. Ao sul do país, navios enviados pelo Kremlin, sede do governo russo, manobram no mar Negro e no mar de Azov, mas o país nega que tenha a intenção de invadir a Ucrânia. Os Estados Unidos, porém, afirmam que a Rússia pode ocupar a Ucrânia a "qualquer momento".

O treinamento para civis inclui o uso de armas, exercícios de medicina tática e comportamento seguro durante a detecção de explosivos.

*Com AFP e RFI