EUA acusam Rússia de realizar ataques cibernéticos contra Ucrânia
Os Estados Unidos acusaram a Rússia, nesta sexta-feira (18), de realizar ataques cibernéticos contra o Ministério da Defesa da Ucrânia e grandes bancos locais, segundo informaram a rede de TV americana CNN e a agência de notícias AP (Associated Press).
O anúncio de Anne Neuberger, vice-conselheira de Segurança Nacional, foi a atribuição mais apontada de responsabilidade por ataques cibernéticos que se desenrolaram à medida que as tensões aumentam entre a Rússia e a Ucrânia.
Segundo Neuberger, além de sites de dois grande bancos, os ataques derrubaram sites governamentais mas com "impacto limitado", já que as autoridades ucranianas conseguiram colocar seus sistemas em funcionamento rapidamente. Ela, no entanto, alerta que é possível que os russos estejam preparando as bases para ataques mais destrutivos.
A Rússia gosta de se mover nas sombras e conta com um longo processo de atribuição (...) À luz disso, estamos agindo rapidamente para atribuir os ataques. Acreditamos que o governo russo é responsável por ataques generalizados a bancos ucranianos esta semana. Anne Neuberger
Neuberger disse ainda que os norte-americanos têm dados que mostram que a infraestrutura conectada à agência militar da Rússia, geralmente conhecida como GRU, "foi vista transmitindo grandes volumes de comunicação para endereços e domínios IP baseados na Ucrânia".
A Rússia negou qualquer participação, em contato com a agência de notícias Reuters.
Tensão no Leste Europeu
A Rússia tem mais de 190 mil soldados, tanques e mísseis concentrados ao longo da fronteira ucraniana, mas nega a intenção de invadir o país vizinho. No entanto, o regime de Vladimir Putin reclama de uma eventual adesão de Kiev à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar criada para fazer frente à extinta União Soviética.
Em contrapartida, os Estados Unidos e países aliados do Ocidente (como o Reino Unido, França e a Alemanha) têm dito repetidas vezes que a Rússia pode invadir a Ucrânia "a qualquer momento" e ameaçam o país com "sanções econômicas severas" e "resposta ágil", caso a invasão ocorra.
Moscou, por sua vez, acusa os países ocidentais —em especial os Estados Unidos— de fazerem "histeria e alarmismo" sobre um ataque russo à Ucrânia, o que, segundo eles, não estaria em seus planos.
A Rússia já anexou a península ucraniana da Crimeia em 2014, o que culminou em sanções econômicas dos EUA e da União Europeia. O país também é acusado de financiar os rebeldes pró-Moscou que controlam as autoproclamadas Repúblicas de Lugansk e Donetsk, na região de Donbass.
*Com informações da agência Reuters
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