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Rússia planeja 'a maior guerra na Europa desde 1945', diz premiê britânico

12.jan.2022 - O primeiro-ministro britânico Boris Johnson durante debate no Parlamento, em Londres Imagem: Reuters TV Via Reuters

Colaboração para o UOL, em São Paulo*

19/02/2022 19h20Atualizada em 19/02/2022 21h50

O premiê britânico, Boris Johnson, afirmou hoje que as evidências atuais sugerem que a Rússia está planejando "a maior guerra na Europa desde 1945", no fim da Segunda Guerra Mundial, em meio à tensão do país liderado por Vladimir Putin com a Ucrânia. A declaração de Johnson foi feita em entrevista concedida à BBC Internacional.

Johnson disse que os sinais apontam para o plano de invasão da Ucrânia e a inteligência do país indica que a Rússia pode lançar uma invasão que deve cercar a capital ucraniana, Kiev.

As pessoas precisam entender o enorme custo na vida humana que isso pode acarretar.
Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido

Ao ser questionado se a invasão russa ainda pode ocorrer Johnson disse: "Temo que seja para isso que as evidências apontam, é impossível disfarçar isso. O fato é que todos os sinais são de que o plano já começou em alguns sentidos".

A entrevista completa de Johnson deve ser transmitida amanhã no programa Sunday Morning, da BBC One.

Mais cedo, Johnson já havia feito um duro discurso contra a Rússia na Conferência de Segurança em Munique, na Alemanha, e disse que o país liderado por Putin não tem nada a ganhar com uma eventual invasão da Ucrânia.

Biden está 'convencido' da invasão

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse ontem estar "convencido" que a Rússia irá invadir o território da Ucrânia nos próximos dias e que, caso isso de fato aconteça, a "porta da diplomacia estará fechada". A declaração foi feita pelo presidente americano durante pronunciamento na Casa Branca.

A partir deste momento, estou convencido de que ele [o presidente russo Vladimir Putin] tomou a decisão (...) Se ele agir antes, terá fechado a porta da diplomacia.
Joe Biden, presidente norte-americano

Os Estados Unidos têm feito reiterados alertas à comunidade internacional sobre uma suposta invasão russa à Ucrânia. Aos mais críticos, no entanto, os avisos constantes soam como alarmistas.

Hoje, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, afirmou que, caso a Rússia invada a Ucrânia, o país e as outras nações da Otan (Organização do Tratado Atlântico Norte) vão impor a Moscou sanções "significativas e sem precedentes".

Rússia anuncia retiradas de soldados e nega invasão

A Rússia realizou hoje (19) exercícios nucleares com mísseis balísticos em meio a tensões crescentes sobre a Ucrânia, informou o Kremlin.

As agências de notícias russas RIA Novosti e Interfax citaram o porta-voz russo, Dmitry Peskov, para confirmar o início das manobras, que são acompanhadas de Moscou por Putin e pelo presidente bielorrusso Alexander Lukashenko.

Os exercícios são a mais recente demonstração de força da Rússia em momento de tensão aguda sobre a Ucrânia.

A Rússia nega planejar atacar a Ucrânia, mas Putin e outros altos funcionários frequentemente se referem ao fato de que a Rússia ser uma das maiores potências nucleares do mundo.

Na quinta (17), a Rússia anunciou uma nova retirada de tanques, caminhões militares e aeronaves de combate das regiões de fronteira. Da Crimeia, foram transferidos 10 bombardeiros SU-24 usados nos exercícios militares.

Apesar do anúncio, os Estados Unidos e a União Europeia acusam os russos do movimento contrário. Segundo líderes do Ocidente, mais 7 mil soldados foram transferidos para a fronteira.

Em resposta à desconfiança do Ocidente, o governo russo disse ontem que o processo de retirada "levará algum tempo". Putin também afirmou que os países ocidentais "vão achar uma desculpa" para implementar duras sanções contra Moscou por conta da crise na fronteira ucraniana.

Explosões e mortes na Ucrânia

Moradores do centro da cidade de Donetsk, controlada pelos separatistas, no leste da Ucrânia, disseram ter ouvido diversas explosões na noite deste sábado e início de domingo (horário local) no país, segundo a agência de notícias Reuters.

Ainda não há informações sobre a origem das explosões — as autoridades separatistas locais e o governo ucraniano ainda não se pronunciaram sobre as supostas explosões.

Dois soldados ucranianos também foram mortos neste sábado (19) na linha de frente dos conflitos com separatistas pró-Moscou, no leste da Ucrânia. Outros quatro soldados ficaram feridos e estão hospitalizados, informou o Exército ucraniano em um comunicado, em que acusa os rebeldes de liderarem os bombardeios e de terem cometido 70 violações da trégua que deveria estar em vigor.

Embaixada brasileira na Ucrânia pede atenção

Em meio à crise na Ucrânia, a embaixada do Brasil no país também pediu que os brasileiros "redobrem a atenção" e evitem visitas às províncias de Donetsk e Luhansk, que fazem fronteira com a Rússia.

"Aconselha-se aos cidadãos que já estejam nessas regiões que considerem deixá-las sem demora", diz o comunicado.

Segundo a embaixada, as recomendações foram feitas "no contexto do aumento das violações de cessar-fogo registradas na linha de contato no leste da Ucrânia".

*Com Lucas Valença, do UOL, em Brasília, AFP e Reuters

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