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Rússia não tem nada a ganhar e tudo a perder com invasão, diz Boris Johnson

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que Europa deve se tornar independente do óleo e gás da Rússia - Reuters TV Via Reuters
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que Europa deve se tornar independente do óleo e gás da Rússia Imagem: Reuters TV Via Reuters

Do UOL*, em São Paulo

19/02/2022 09h21Atualizada em 19/02/2022 11h37

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, fez um discurso duro hoje contra a Rússia e disse que o país não tem nada a ganhar com uma eventual invasão da Ucrânia.

"Estamos encarando uma geração de derramamento de sangue e dor. A Rússia não tem absolutamente nada a ganhar nesse empreendimento catastrófico, e tudo a perder. Eu rogo ao Kremlin por uma desescalada, para desmobilizar o Exército na fronteira e renovar o diálogo", declarou ele durante a Conferência de Segurança em Munique, na Alemanha.

Johnson também disse que a Otan (Organização do Tratado Atlântico Norte) não pode permitir que a Europa seja chantageada pela Rússia, e que devem se tornar independentes de Moscou no fornecimento de óleo e gás.

"Devemos fazer o desmame desta dependência do óleo e do gás de [Vladimir] Putin", afirmou. "A manipulação do suprimento de gás europeu não pode ser ignorada. Devemos garantir, ao fazer pleno uso de suprimentos e da tecnologia, que tornaremos as ameaças da Rússia redundantes".

O premiê ainda disse que a Otan não é uma ameaça à Rússia, ideia propagada pelo presidente russo. "Desde 2014, quando houve a invasão à Crimeia, a Otan não colocava tropas a leste da Alemanha. Nunca houve nenhuma ameaça à Rússia, apenas respondemos às suas tropas neste momento", enfatizou.

"O Reino Unido está pronto para defender a Ucrânia. Estamos mandando navios, temos 2 mil soldados na Polônia e em outros países também. Além disso, aumentamos nossa presença no lado leste, principalmente no Chipre. Também temos mil soldados à disposição para agir se tiver necessidade humanitária", acrescentou

Antes, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, também falou no mesmo evento, e prometeu que haverá sanções inéditas e severas ao país do leste europeu caso a Ucrânia seja invadida.

Rússia faz exercício militar com mísseis

O presidente russo, Vladimir Putin, lançou hoje exercícios militares estratégicos envolvendo mísseis balísticos em meio à tensão crescente.

Na quinta (17), a Rússia anunciou uma nova retirada de tanques, caminhões militares e aeronaves de combate das regiões de fronteira. Da Crimeia, foram transferidos 10 bombardeiros SU-24 usados nos exercícios militares.

Apesar do anúncio, os Estados Unidos e a União Europeia acusam os russos do movimento contrário. Segundo líderes do Ocidente, mais 7 mil soldados foram transferidos para a fronteira.

Em resposta, o governo russo disse ontem que o processo de retirada "levará algum tempo". Putin também disse que os países ocidentais "vão achar uma desculpa" para implementar duras sanções contra Moscou por conta da crise na fronteira ucraniana.

*Com Ansa