Otan diz que sinais indicam que Rússia prepara um 'ataque total' à Ucrânia
O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, disse à televisão alemã ARD neste sábado (19) que "todos os sinais indicam que a Rússia está planejando um ataque total à Ucrânia".
"Todos concordamos que o risco de um ataque é muito, muito alto", acrescentou Stoltenberg, que participou da Conferência de Segurança de Munique.
Apesar da afirmação, Stoltenberg declarou que ainda não é "muito tarde" para a Rússia diminuir a escalada de uma possível invasão ao país vizinho. Para ele ainda há a esperança de que a pressão dos países e as ameaças de sanções do Ocidente poderiam ajudar.
Moscou alega que está retirando soldados das fronteiras com a Ucrânia, no entanto, o Ocidente olha as afirmações com grande ceticismo. Stoltenberg declarou concordar com a declaração do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de que o país liderado por Vladimir Putin provoca tensão em regiões separatistas para criar uma oportunidade de ataque à Ucrânia.
Em relação às acusações da Rússia, de que o Ocidente havia quebrado promessas feitas na década de 1990 de não expandir a Otan para o leste, o secretário-geral defendeu que a organização "tem o direito de negociar com estados europeus soberanos" e que isso está declarado em vários tratados.
"Além disso, a Otan é uma aliança de 30 estados e as decisões sobre as negociações são sempre tomadas por todos os membros", finalizou.
Moradores do centro de Donetsk, cidade do leste da Ucrânia controlada pelos separatistas, disseram ter ouvido diversas explosões na noite deste sábado e início de domingo (horário local). Ainda não há informações sobre a origem das explosões.
A União Europeia pediu que a Rússia diminua a escalada na Ucrânia através da retirada substancial das forças militares da proximidade das fronteiras do país. Um comunicado do alto representante da UE divulgado hoje também destacou o "aumento das violações do cessar-fogo" no leste da Ucrânia nos últimos dias.
O posicionamento diz, ainda, não ver fundamento para as alegações de um possível ataque ucraniano, provenientes dessas áreas não governamentais. Por isso, incentiva que a Rússia inicie um "diálogo e diplomacia significativos", além de "mostrar contenção e diminuir a escalada".O comunicado da União Europeia diz, ainda, não ver fundamento para as alegações de um possível ataque ucraniano, provenientes dessas áreas não governamentais. Por isso, incentiva que a Rússia inicie um "diálogo e diplomacia significativos", além de "mostrar contenção e diminuir a escalada".
Saída de Kiev
A Otan informou que está transferindo seu pessoal de Kiev para Lviv, no oeste da Ucrânia. Alguns representantes da organização também serão enviados para Bruxelas, onde fica a sede, como medida de "segurança".
Apesar de a Ucrânia não fazer parte da Otan, e não ter tropas da Aliança no país, desde o fim da década de 1990 a organização mantém dois escritórios na capital. Sendo um de ligação. cujo objetivo é manter diálogo com o governo ucraniano, e outro de informação e documentação, que busca informar a população do país sobre a Otan.
Stoltenberg também informou que, apesar de não enviarem forças militares à Ucrânia para defender o país de qualquer agressão russa, militares serão enviados a países vizinhos que são membros da Aliança. Segundo ele, essas nações "reagiriam fortemente" a qualquer ofensiva russa nesses territórios, sob o princípio da defesa coletiva.
Além da organização, vários países ocidentais também retiraram seu pessoal do país. O Reino Unido disse que embaixada do país na Ucrânia está se retirando da capital Kiev e pediu aos cidadãos britânicos que deixem o país enquanto os meios comerciais de viagem ainda estiverem disponíveis.
No fim de janeiro, o Canadá anunciou a retirada temporária de funcionários canadenses não essenciais e dependentes que ainda estão em sua embaixada na Ucrânia. Além disso, o país informou que reforçaria a equipe com especialistas em segurança, gestão de conflitos, reforma democrática e serviços consulares.
Os Estados Unidos também anunciaram o fechamento da embaixada americana em Kiev. Os funcionários estão sendo realocados temporariamente para Lviv.
Na último domingo (13), a Austrália ordenou a saída dos últimos funcionários de sua embaixada em Kiev. Assim como os demais países fizeram, as atividades foram transferidas para Lviv, cidade próxima à fronteira ucraniana com a Polônia.
No último dia 11 de fevereiro, a Embaixada do Brasil em Kiev emitiu um comunicado para pedir aos brasileiros que estão no país que se mantenham em alerta em meio à possibilidade de conflito com a Rússia. No entanto, não há recomendação para saída da Ucrânia.
*Com AFP e Reuters
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