Ucrânia: França diz que Putin e Biden aceitaram nova proposta de reunião
O governo francês anunciou que o presidente Emmanuel Macron propôs na noite deste domingo (20) uma reunião entre os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Rússia, Vladimir Putin, para tratar sobre a crise com a Ucrânia. De acordo com o Palácio do Eliseu, residência oficial francesa, ambos aceitaram a cúpula.
A condição para que a reunião aconteça, de acordo com governo da França, é que a Rússia não invada a Ucrânia. O comunicado francês informa ainda que Macron conversou com Putin e com Biden e que depois da reunião entre o russo e o americano poderá acontecer um encontro "com todas as partes interessadas, sobre segurança e estabilidade estratégica na Europa".
A Casa Branca confirmou que o presidente norte-americano e o francês conversaram hoje. Segundo o comunicado, eles "discutiram a diplomacia em curso e os esforços de dissuasão em resposta ao acúmulo militar da Rússia nas fronteiras da Ucrânia".
Já Macron e Putin voltaram a se falar durante uma hora na noite de hoje. Essa foi a segunda comunicação deles no dia, para discutir a crise na Ucrânia, anunciou o Palácio do Eliseu. No primeiro telefonema, o francês e o russo conversaram por cerca de duas horas, no âmbito das discussões entre chefes de Estado para tentar evitar um conflito armado no leste da Ucrânia. Ainda não há informações sobre o que ambos conversaram durante a segundo ligação.
Na primeira ligação, na manhã de hoje, Putin e Macron concordaram em trabalhar para encontrar uma solução diplomática e evitar um conflito na Ucrânia, segundo comunicado divulgado pelo governo francês.
De acordo com o comunicado, os líderes concordaram em "intenso trabalho" para permitir que uma reunião trilateral seja realizada nas próximas horas "com o objetivo de obter um compromisso de todas as partes para um cessar-fogo na linha de contato".
Os dois líderes entendem que há "necessidade de dar prioridade a uma solução diplomática para a crise atual e fazer todo o possível para alcançá-la", disse o comunicado.
Segundo o governo francês, o ministro da Europa e dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian, deve se encontrar em Paris com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.
As negociações devem "permitir avançar" para se chegar a uma "reunião ao mais alto nível com vista à definição de uma nova ordem de paz e segurança na Europa", refere o comunicado.
"Para realizar este trabalho em condições sérias, os dois chefes de Estado se comprometeram firmemente a tomar todas as medidas úteis para evitar a escalada (da tensão entre Rússia e Ucrânia), reduzir os riscos e preservar a paz", concluiu.
Já Putin culpou hoje as "provocações" do governo ucraniano pela escalada dos confrontos com os separatistas no leste da Ucrânia e disse que quer "intensificar" os esforços diplomáticos para resolver o conflito.
De acordo com o Kremlin, Putin também pediu, durante o telefonema com Macron para que a Otan e os Estados Unidos "levem a sério as exigências de segurança da Rússia".
Rússia e Belarus seguem com exercícios militares
As conversas entre os presidentes ocorrem em paralelo ao anúncio feito pelo governo de Belarus sobre a continuidade de exercícios militares conjuntos com a Rússia, apesar da previsão do encerramento para hoje.
"Em conexão com o aumento na atividade militar perto das fronteiras externas do país e o agravamento da situação em Donbass, os presidentes de Belarus e da Federação Russa decidiram continuar testando a resposta das forças do Estado", disse Khrenin em pronunciamento, que também foi publicado pela pasta em um canal do Telegram.
O anúncio de Belarus acontece em meio ao acirramento das tensões no leste europeu e o temor do Ocidente que a Rússia invada a Ucrânia. A Rússia teria reunido um contingente de 150 mil homens nas fronteiras com o país.
Moscou nega qualquer plano nesse sentido, mas pede "garantias" para sua segurança, em particular a promessa de que Kiev nunca ingressará na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), e multiplicou os exercícios militares na região.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse ontem em entrevista que "todos os sinais indicam que a Rússia está planejando um ataque total à Ucrânia".
Moscou alega estar retirando soldados das fronteiras com a Ucrânia e nega querer invadir o país vizinho, mas países da Otan enxergam as declarações com ceticismo. Tanto Stoltenberg quanto o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, acreditam que o país liderado por Vladimir Putin está provocando tensão em regiões separatistas para criar uma oportunidade de ataque à Ucrânia.
Ontem, o secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, disse à televisão alemã ARD que "todos os sinais indicam que a Rússia está planejando um ataque total à Ucrânia".
*Com AFP
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