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Putin negou o direito da Ucrânia de existir, diz ministro ucraniano na ONU

Dmytro Kuleba, ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, na Assembleia Geral da ONU - Reprodução/Twitter @DmytroKuleba
Dmytro Kuleba, ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, na Assembleia Geral da ONU Imagem: Reprodução/Twitter @DmytroKuleba

Do UOL, em São Paulo

23/02/2022 15h51Atualizada em 23/02/2022 16h26

O ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, disse hoje que o presidente russo, Vladimir Putin, "negou o direito da Ucrânia de existir" em seu discurso de segunda-feira (21). Na ocasião, a Rússia reconheceu dois territórios separatistas da Ucrânia, a República Popular de Donetsk e a República Popular de Lugansk.

"Na verdade, no que falou esta semana, Vladimir Putin, o presidente da Rússia, negou o direito da Ucrânia de existir. Qualquer um que possa achar que é exagero, só precisa ouvir esse discurso horroroso. Todos nós temos que admitir essa agressão e atitude revanchista", disse Kuleba na Assembleia Geral da ONU.

O chanceler ucraniano discursou na Assembleia Geral da ONU, em um dia de discussões sobre a crise entre os dois países. Kuleba destacou que as ações da Rússia foram "agressivas" e "muito além da segurança".

O ministro também garantiu ter esperança em relação à diplomacia, mas pediu que "medidas concretas e rápidas" sejam tomadas, inclusive partindo da ONU, para impedir o avanço militar russo. Ele lembrou que este é "um momento crítico da história do mundo".

Esta é a maior crise de segurança desde a 2ª guerra, criada de forma unilateral pela Rússia. As acusações da Rússia contra a Ucrânia são absurdas. A Ucrânia nunca ameaçou ou atacou ninguém, e nem planeja nenhuma ação desse tipo
Dmytro Kuleba, ministro das Relações Exteriores ucraniano

Kuleb também negou que o país tenha intenções de avançar militarmente: "A Ucrânia nunca planejou nem está planejando nenhuma operação militar em Donbass". Ele afirmou, também, que "a única razão para a Ucrânia aumentar suas defesas são as ações políticas e militares da Rússia".

Putin quer 'destruir a Ucrânia'

Ontem, o ministro ucraniano já havia dito que o objetivo final de Putin é "destruir a Ucrânia". Para Kuleba, o presidente russo não está interessado em ter controle sob partes do país, nem sobre a totalidade dele mas, sim, "quer que a ideia do Estado ucraniano falhe".

"O que eu sei com certeza, e isso foi eloquentemente provado, lamentavelmente, em seu discurso ontem, é que ele odeia [o] Estado ucraniano, ele acredita que a Ucrânia não tem o direito de existir", disse Kuleba a um programa da CNN Internacional.

'Momento de perigo', alerta ONU

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse hoje, na abertura da Assembleia Geral da organização, que o mundo está enfrentando "um momento de perigo" com a crise na Ucrânia.

Para Guterres, além disso, "a decisão da Rússia de reconhecer a chamada 'independência' das regiões de Donetsk e Lugansk - e ações subsequentes - são violações da integridade territorial e soberania da Ucrânia incompatíveis com os princípios da Carta da ONU".