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Objetivo final de Putin é 'destruir a Ucrânia', diz ministro ucraniano

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba - VALENTYN OGIRENKO/REUTERS
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba Imagem: VALENTYN OGIRENKO/REUTERS

Do UOL, em São Paulo

22/02/2022 22h37

O ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, disse hoje que o objetivo final do presidente russo, Vladimir Putin, é "destruir a Ucrânia". A fala foi feita a um programa da CNN Internacional na esteira da escalada da tensão entre os dois países, após a Rússia reconhecer dois territórios separatistas da Ucrânia, a República Popular de Donetsk e a República Popular de Lugansk.

"Seu objetivo final é destruir a Ucrânia. Ele não está interessado em partes da Ucrânia. Ele não está interessado em manter o país inteiro sob seu controle", disse Kubela. Para o ministro ucraniano, Putin "quer que a ideia do Estado ucraniano falhe".

O que eu sei com certeza, e isso foi eloquentemente provado, lamentavelmente, em seu discurso ontem, é que ele odeia [o] Estado ucraniano, ele acredita que a Ucrânia não tem o direito de existir
Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba

Mais cedo, em uma coletiva de imprensa ao lado do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, Dmytro Kuleba disse que o país tem dois planos principais: "o plano A é utilizar todas as ferramentas da diplomacia para deter a Rússia e evitar uma maior escalada. E se isso falhar, o plano B é lutar por cada centímetro de nossa terra, cada cidade e cada vila. Lutar até vencer".

Além do avanço por terra, Kuleba ressaltou que a Rússia também pode atacá-los de outra forma, pelo "ciberespaço". Segundo ele, essa é "uma guerra híbrida".

"Estamos em diálogo com parceiros, incluindo os Estados Unidos, sobre a identificação dessas linhas vermelhas que será respondido com sanções: Quero deixar claro que temos que nos preparar para agir de maneira muito rápida, porque a situação pode mudar literalmente a cada hora", concluiu.

Nenhuma sanção será suficiente

Embora o ministro ucraniano apoie as sanções estabelecidas pelo presidente dos EUA, Joe Biden, Dmytro Kuleba acredita que elas não são suficientes. As decisões, que envolvem veto a bancos e oligarcas do país além de sanções sobre a dívida soberana russa, e interrupção do financiamento ocidental ao governo da Rússia, são consideradas uma mensagem importante.

"Nenhuma sanção será suficiente até que as botas russas se retirem do solo ucraniano", disse Kuleba à CNN.

Este é [o] princípio fundamental, que temos que continuar pressionando a Rússia, e nós na Ucrânia partimos do fato de que as sanções anunciadas hoje pelo presidente Biden são apenas o começo do processo de dissuadir o presidente Putin e fazê-lo se retirar
Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba

Para Kuleba, caso seja preciso determinar novas sanções à Rússia, "nenhuma opção ou possibilidade" deveria ser ignorada nas discussões globais. O desejo, segundo ele, é que "todos os instrumentos disponíveis sejam usados para deter Putin".

"Se o preço de salvar um país são as sanções mais duras possíveis, então devemos ir para as sanções mais duras possíveis", concluiu.