Comunidade ucraniana pede para brasileiros condenarem invasão da Rússia
A comunidade ucraniana no Brasil pediu que a população do país condene a invasão da Rússia, que classificou como "cruel agressão".
Em um comunicado assinado por Vitório Sorotiuk, presidente da Representação Central Ucraniano Brasileira, eles também pedem ajuda humanitária. Segundo a carta, a comunidade ucraniana no Brasil é composta por cerca de 600 mil pessoas.
A agressão russa à Nação ucraniana não é uma agressão somente ao povo ucraniano, ela atinge os fundamentos da Carta das Nações Unidas que é a busca da paz e da não agressão, da convivência pacífica dos povos e a solução pacífica dos conflitos. A agressão militar russa a Ucrânia atinge toda a humanidade Trecho de carta divulgada pela comunidade ucraniana no Brasil
Os signatários da carta afirmam ainda que a ofensiva russa não é apenas uma agressão militar, mas também política e cultural. "Forças militares atacam a Ucrânia em seu todo o seu território, politicamente busca negar a existência do próprio estado nação ucraniano e culturalmente é a negação de nossa língua, religiosidade, tradições e modo de ser. A agressão russa é a agressão ao sistema democrático da Ucrânia", reforçam.
Em entrevista à CNN, Sorotiuk pediu que o governo brasileiro condene a invasão. Conforme mostrou o colunista do UOL Jamil Chade, enquanto líderes de democracias em todo o mundo condenaram a ação do presidente russo, Vladimir Putin, o governo brasileiro optou por não usar o mesmo termo em uma nota oficial emitida pelo Ministério das Relações Exteriores.
Questionado sobre o posicionamento do Itamaraty, que não usa o termo "condenar", o presidente da Representação Central Ucraniano Brasileira disse que gostaria que ele tivesse sido na mesma linha da fala do vice-presidente Hamilton Mourão, que defendeu hoje a soberania da Ucrânia, apoiou o uso da força na região para conter os russos e comparou Putin ao ditador alemão nazista Adolf Hitler.
"Eu espero que o Brasil siga na linha do artigo 4º da nossa Constituição, que diz como o Brasil tem que se comportar a nível internacional, quais os princípios, da não intervenção, da defesa da paz, da solução pacífica dos conflitos, e não à guerra. Nenhum dirigente do Brasil, nenhum ministro, pode fugir de seguir ao pé da letra aquilo está escrito na nossa Constituição", disse ele.
Kiev diz que a invasão é total
A Rússia iniciou na madrugada de hoje (no horário de Brasília) uma operação militar de invasão da Ucrânia. Após o início das mobilizações russas, houve registro de explosões e ataques a unidades de fronteiras ucranianas, além de movimentações de tanques. Já há mortos em decorrência da ação militar. As ofensivas da Rússia fizeram as sirenes de emergência dispararem na Ucrânia e o presidente Volodymyr Zelensky adotar lei marcial no país.
Os ataques da Rússia começaram após o presidente Vladimir Putin ter dado sinal verde àquilo que definiu como "operação militar especial" da Rússia no leste da Ucrânia e mandar recado para aqueles que tentarem intervir.
Putin descreveu a medida como uma resposta às ameaças ucranianas e disse que visa a "desmilitarização e a desnazificação".
A Rússia tem mais de 150 mil soldados, tanques e mísseis posicionados ao longo da fronteira ucraniana. O regime de Vladimir Putin —que, inicialmente, negou a intenção de invasão e acusou americanos de "histeria"— reclama de uma eventual adesão de Kiev à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar criada para fazer frente à extinta União Soviética.
Para Putin, a Otan é uma ameaça à segurança da Rússia por sua expansão na região. Por isso, o presidente quer uma declaração formal de que a Ucrânia nunca vai se filiar à aliança.
Em contrapartida, os Estados Unidos e países aliados do Ocidente (como o Reino Unido, França e a Alemanha) ameaçaram o país com "sanções econômicas severas" e "resposta ágil", caso a invasão ocorresse.
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