Diplomata ucraniano sugere que Brasil aplique sanções contra a Rússia
O encarregado de Negócios da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, pediu que o Brasil condene o ataque ao seu país e sugeriu que o governo de Jair Bolsonaro (PL) aplique sanções econômicas contra a Rússia.
"O que esperamos de todos os países é a condenação aos ataques e depois uma possível ajuda humanitária, financeira e até de armas para que possamos defender a nossa soberania", disse durante coletiva de imprensa hoje (24).
O diplomata ressaltou que, neste momento, a Ucrânia precisa que os governos "condenem e deem sinais fortes de possíveis sanções" para convencer o país comandado por Vladimir Putin a "retroceder".
Com relação aos possíveis suprimentos e armamentos enviados por outros países à Ucrânia, Tkach explicou que a entrega se daria por terra, já que o espaço aéreo do país está fechado por "insegurança".
Na coletiva, o diplomata ucraniano também atacou o presidente Vladimir Putin e disse que a Ucrânia "sabe que as promessas" do presidente russo "não valem nada".
Na terça-feira (22), Tkach disse aos veículos de imprensa que "esperava que o governo brasileiro condenasse" a decisão da Rússia de reconhecer a independência de duas regiões separatistas da Ucrânia.
"Gostaríamos de contar com um apoio do Brasil nessa questão relacionada à decisão de ontem. Que o Brasil se pronuncie a favor da retomada das negociações diplomáticas", declarou na ocasião.
O diplomata ucraniano também tinha afirmado que uma ameaça de uma invasão russa era "real" e que poderia se dar "em larga escala".
Segundo o colunista Jamil Chade, do UOL, enquanto líderes mundiais condenavam a ação militar ordenada pelo presidente da Rússia, Valdimir Putin, contra a Ucrânia, o governo brasileiro discutia como reagiria ao ataque russo de hoje.
Por meio de nota, o Itamaraty evitou condenar diretamente o ataque russo e informou que "acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares pela Rússia contra alvos no território da Ucrânia" e que o Brasil "permanece engajado nas discussões multilaterais".
"O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil", afirma o órgão diplomático.
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