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Guerra da Rússia-Ucrânia

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EUA prometem 'apoio contínuo' à Moldávia em caso de avanço russo

Refugiados ucranianos na Moldávia - Reprodução/Twitter/@sandumaiamd
Refugiados ucranianos na Moldávia Imagem: Reprodução/Twitter/@sandumaiamd

Do UOL, em São Paulo*

25/02/2022 18h31Atualizada em 25/02/2022 19h12

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse, na tarde de hoje, que os Estados Unidos vão fornecer "apoio contínuo" à Moldávia em caso de avanço de militares da Rússia ao país, que faz fronteira ao sul com a Ucrânia.

Em mensagem postada em seu perfil no Twitter, Blinken lamentou, à presidente da Moldávia, Maia Sandu, o ataque ao navio-tanque químico com bandeira moldava, atingido por um míssil hoje perto do porto de Odessa, na Ucrânia. O secretário classificou a ação como "não provocada e injustificada". Dois tripulantes da embarcação teriam ficado gravemente feridos.

A Moldávia é uma dos países que estão recebendo refugiados que fogem da Ucrânia em meio aos ataques militares comandados pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin. Em menos de 48 horas após o início dos conflitos, mais de 50 mil refugiados deixaram o país alvo dos russos, de acordo com o alto comissário para refugiados da ONU (Organização das Nações Unidas), Filippo Grandi.

Hoje, Grandi agradeceu aos países vizinhos à Ucrânia que estão com suas fronteiras abertas em meio aos sucessivos ataques russos.

"Agradecimentos sinceros aos governos e povos dos países que mantêm suas fronteiras abertas e acolhem os refugiados", escreveu o alto comissário da ONU em seu perfil no Twitter.

De acordo com o porta-voz de coordenação de serviços especiais da Polônia, Stanislaw Zaryn, a Polônia já recebeu 29 mil pessoas vindas da Ucrânia após o início da ofensiva russa. Cerca de metade deles são fugitivos da guerra.

"São pessoas que devem ser consideradas refugiados de guerra. Essas pessoas serão aceitas na Polônia de acordo com todos os procedimentos", disse ele a uma emissora polonesa, segundo a CNN.

"Esperamos constantemente que a escala da resistência ucraniana e a reação do mundo sejam tão significativas e bem conduzidas que a Rússia consiga parar, mas se falhar, a Polônia desenvolveu mecanismos para receber aquelas pessoas que fogem da Ucrânia" completou Zaryn.

Mapa Ucrania - Arte/ UOL - Arte/ UOL
Imagem: Arte/ UOL

Ucranianos percorrem mais de 69 km

Segundo o jornal britânico Express and Star, refugiados estão percorrendo mais de 69 km para fugir da Ucrânia. Uma dessas pessoas é Manny Marotta, 25, que fazia parte de um grupo determinado a chegar à fronteira polonesa de Lviv, no oeste da Ucrânia. Ele viu crianças "arrastadas para fora da cama" e famílias separadas enquanto homens ucranianos eram recrutados.

"Comecei a ver essas cenas surreais de pais dizendo: 'Não quero deixar minha família', e soldados ucranianos puxando-os para longe... As mães protestavam, gritavam: 'Por que você está fazendo isso?'", conta Marotta.

A Ucrânia anunciou ontem que homens de 18 a 60 anos estão proibidos de deixar o país em meio ao avanço militar da Rússia na região. Mais de uma centena de pessoas morreram, inclusive crianças, no primeiro dia do conflito na Ucrânia.

Segundo nota divulgada pelo Serviço de Guarda de Fronteiras, a medida tem respaldo na lei marcial, que entrou em vigor na Ucrânia ontem. A adoção da lei marcial consiste em uma medida que altera as regras de funcionamento de um país, deixando de lado as leis civis e colocando em vigor leis militares.

4 milhões de pessoas podem fugir da Ucrânia

O Alto Comissariado da ONU (Organização das Nações Unidas) para Refugiados alertou que, se a guerra na Ucrânia continuar, um total de 4 milhões de pessoas poderão fugir e buscar refúgio nos países da região. O alerta é feito num momento em que ataques se aproximam das grandes cidades da Ucrânia, enquanto famílias inteiras tentam chegar às fronteiras.

De acordo com a entidade, isso significa que quase 10% da população de um país de 44 milhões de habitantes seria afetada. A ONU ainda denuncia o governo da Rússia por "violar o direito internacional" e tomar ações que "ameaçam o direito à vida".

"Estamos registrando um movimento substancial de pessoas pelo país", disse uma porta-voz do Acnur. Segundo ela, 100 mil pessoas já deixaram suas casas e são vítimas de deslocamentos internos.

Mais de 130 cidadãos da Ucrânia mortos

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, anunciou hoje (noite de quinta-feira no Brasil) a morte de pelo menos 137 cidadãos ucranianos no primeiro dia da invasão russa ao país.

"137 heróis, nossos cidadãos" perderam a vida, disse o presidente em um vídeo publicado no site do governo, acrescentando que outros 316 ucranianos ficaram feridos nos combates.

Na madrugada de ontem, o presidente russo, Vladimir Putin, deu sinal verde para o que definiu como "operação militar especial" contra a Ucrânia. O governo ucraniano diz que a ação é uma "invasão total".

* Com informações da Reuters.