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Brasil ignora pedido de ajuda até o momento, diz diplomata da Ucrânia

Ucranianos apelam a organizações não-governamentais - Divulgação
Ucranianos apelam a organizações não-governamentais Imagem: Divulgação

Eduardo Militão

Do UOL, em Brasília

01/03/2022 17h08

O governo do Brasil ignora, até o momento, um pedido da Ucrânia por ajuda humanitária, como roupas e kits de primeiros socorros. A informação foi dada pelo encarregado de Negócios da Embaixada do país em Brasília, Anatoliy Tkach, nesta terça-feira (1º), em uma entrevista coletiva na representação diplomática na capital federal. Ele fez o pedido de ajuda na segunda-feira.

O conflito entre Rússia e Ucrânia já deixou 136 mortos, 400 feridos e 660 mil refugiados entre 24 de fevereiro e ontem, calculou a Organização das Nações Unidades nesta terça-feira.

Segundo Anatoliy Tkach, não houve resposta do governo federal. "Até agora, não temos a resposta, mas começamos a trabalhar com as organizações não-governamentais", respondeu.

O diplomata considerou positivo o anúncio, feito pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), de um visto humanitário para ucranianos que queiram se refugiar no Brasil. "É um gesto de hospitalidade", avaliaou Tkach.

Mas o diplomata disse que é preciso aumentar as sanções econômicas do Brasil contra a Rússia. "É um gesto de hospitalidade, mas, para parar a agressão, precisamos fazer uma pressão sobre o agressor.

Essa pressão é o que muitos países do mundo já estão adotando, cortando os laços e isolando a Rússia"
Anatoliy Tkach, encarregado de Negócios da Embaixada da Ucrânia no Brasil

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Bolsonaro afirmou que não teria o que conversar com o presidente da Ucrânia, Volodymir Zelenski. Tkach discordou. "Eu acho que ele poderia começar com uma palavra de solidariedade, expressando a solidariedade com o povo ucraniano."

O diplomata disse que os países mantêm esforço pelo diálogo. Tkach não conversou ainda com o chefe do Itamaraty, o ministro Carlos França. Segundo o ucraniano, não é possível falar de "imparcialidade" do Brasil numa situação em que há um "agressor", o governo da Rússia, e uma "vítima", os cidadãos e militares ucranianos.

"Agora sabemos quem é o agressor. Imparcialidade a respeito do agressor? Sabemos quem é a vítima Não entendo como que podemos aplicar 'imparcialidade' a essa situação."

  • Veja as últimas informações sobre a guerra na Ucrânia no UOL News com Fabíola Cidral: