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Zelensky diz que 'milhares' de estrangeiros pediram para lutar

28.fev.2022 - Veículo militar da Ucrânia é visto em Kiev, na Ucrânia - Umit Bektas/Reuters
28.fev.2022 - Veículo militar da Ucrânia é visto em Kiev, na Ucrânia Imagem: Umit Bektas/Reuters

28/02/2022 10h53

ROMA, 28 FEV (ANSA) - Após diversos apelos do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, o governo de Kiev informou nesta segunda-feira (28) que chegaram "milhares" de pedidos de estrangeiros ao país para lutar na guerra contra a Rússia.

"O presidente Zelensky anunciou a criação de uma nova unidade denominada 'Legião Internacional'. Temos já milhares de pedidos por parte de estrangeiros que querem se unir à resistência contra os ocupantes russos e proteger a segurança mundial do regime de [Vladimir] Putin", disse a vice-ministra da Defesa, Hanna Maliar.

Relatos nas fronteiras mostram homens de toda a Europa se dirigindo à Ucrânia para tentar se alistar.

Um desses voluntários é um italiano identificado apenas como Francesco (nome fictício para proteger sua identidade), de 35 anos, que está esperando apenas os documentos ucranianos para sair da Campânia para ir lutar em Kiev.

"Nem dinheiro, nem glória. Eu não sou o Rambo, mesmo que tenha experiência militar e de antiterrorismo. Eu quero ir lá para defender os ideais europeus e, sobretudo, pelas crianças. Todos nós precisamos dar um jeito de ajudá-los de alguma maneira. Fui militar por oito anos e quero dar minha contribuição não apenas com as armas, mas organizando a entrega de alimentos, remédios, roupas", disse à ANSA.

Outro voluntário italiano, Pietro, 22 anos, também está de partida para a Ucrânia. "Quero ir para lá por um fator ético e moral. Ver aquelas pessoas e aquelas crianças morrerem não me permite ficar aqui olhando. Tenho medo de morrer? Eu posso morrer aqui também se uma árvore cair em mim ou se um carro me atropelar, aqui na Itália. É tudo muito relativo", afirmou.

Durante o fim de semana, algumas lideranças da União Europeia e do Reino Unido disseram que vão apoiar os cidadãos de seus países que querem se voluntariar na guerra.

Além dos voluntários, as potências ocidentais estão enviando armas letais e não letais, carros e equipamentos militares, e jatos de guerra para as forças ucranianas lutar contra os russos. A UE enviará os itens para a Polônia, que será um centro de logística na distribuição.

Kiev tem um exército infinitamente menor do que a Rússia, que tem o segundo maior do mundo, e não tem capacidade de armas nucleares. Isso porque, na década de 1990, o governo ucraniano entregou os armamentos do tipo para garantir que Moscou reconhecesse a soberania da nação.

Os EUA anunciaram nesta segunda que os soldados e os caças que estavam na base militar italiana de Aviano foram enviados para a Letônia para apoiar as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Belarus - Por outro lado, a participação de Belarus no conflito bélico pode aumentar. Na noite deste domingo (27), os cidadãos votaram em um referendo que tirou a neutralidade do país no quesito de armas nucleares, o que poderá fazer com que equipamentos russos sejam alocados ali.

O presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, é um dos principais aliados de Putin e está no poder desde 1994.

Novamente, assim como ocorreu nas eleições presidenciais, a votação é vista sob forte desconfiança de fraude.

Zelensky chegou a acusar Minsk neste domingo de já estar participando dos ataques russos, fato que foi negado por Lukashenko em um telefonema - na mesma conversa, foi marcada a reunião de paz que está sendo realizada em Gomel nesta segunda.