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Guerra da Rússia-Ucrânia

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'Estamos fazendo campanha de desputinização', diz ministro da Ucrânia

Do UOL, em São Paulo

02/03/2022 11h05Atualizada em 02/03/2022 11h28

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse hoje que seu país está fazendo uma campanha de "desputinização do mundo", uma referência ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, em meio à invasão ao território ucraniano.

Em uma entrevista coletiva realizada nesta manhã (horário de Brasília), Kuleba disse que as principais tarefas de sua pasta têm sido aumentar as defesas da Ucrânia, destruir a economia da Rússia e a "desputinização" do mundo.

Segundo ele, 19 países estão fornecendo armas e 16 estão enviando seus soldados para ajudar a Ucrânia na guerra. Ele não especificou, no entanto, quais nações são essas.

"A cada dia a Rússia está perdendo seu acesso às tecnologias modernas, à economia global, às finanças globais. Estamos destruindo a economia da Rússia enquanto ela está destruindo nossas cidades", disse Kuleba.

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

O ministro citou o posicionamento de grandes empresas contra a guerra. Apple, Nike, Boeing e Ford, por exemplo, anunciaram suspensão de negócio na Rússia.

O Sberbank, principal banco da Rússia, anunciou hoje a saída do mercado europeu, diante das duras sanções ocidentais.

Estamos fazendo uma campanha de 'desputinização' do mundo. Os contratos com a Rússia ficaram amorais, trabalhar com os russos, apoiar a Rússia ficou amoral. As maiores sanções estão acontecendo dentro do setor do empresariado, vários países estão pretendendo parar suas atividades. Durante essa semana conseguimos esmagar a economia da Rússia e não vamos parar Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba

Kuleba disse que conversou com seus pares da União Europeia e dos Estados Unidos sobre quais mais sanções podem ser adotadas contra a Rússia e que continuará pressionando até que o país pare a guerra e deixe o território ucraniano.

Ucrânia diz que lançou ofensiva contra russos

Hoje, após sete dias na defensiva contra os ataques da Rússia, a Ucrânia disse que lançou pela primeira vez uma contraofensiva para tentar tirar forças militares russas do seu território. Segundo comunicado divulgado pelo governo ucraniano, a resposta se deu nos arredores em Horlivka. A cidade fica na região de Donetsk, um dos locais ocupados por separatistas pró-Rússia que foi reconhecido pelo presidente russo como território independente.

O anúncio da investida da Ucrânia ocorre após as forças militares russas efetuarem mais ataques a várias cidades ucranianas durante a madrugada e a manhã de hoje.

Em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, um foguete da Rússia destruiu parte do prédio de uma estação de polícia. A estrutura superior do edifício ficou em chamas e bombeiros foram ao local para controlar o incêndio. Quatro pessoas foram mortas. A Câmara da cidade também foi atacada.

Também houve registro de ataques a Kherson, cidade localizada no sul da Ucrânia e próxima à península da Crimeia. As forças comandadas por Putin dizem que tomaram o município. O governo local, no entanto, nega e diz que Kherson foi cercada, mas não tomada.

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, disse hoje, em entrevista à emissora CNN, que a invasão russa à Ucrânia não representa apenas uma guerra para o país, mas "um desafio para todo o mundo moderno, para todo o mundo democrático".

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou hoje a Rússia de querer "apagar" seu país e sua história. "Eles têm a ordem de apagar nossa história, apagar nosso país, apagar todos nós", afirmou em um vídeo divulgado nas redes sociais.

No pronunciamento, Zelensky pediu que os países não permaneçam neutros no conflito e também fez um apelo aos judeus do mundo para que "não permaneçam em silêncio", após o ataque russo de ontem a torre de televisão de Kiev, construída no local de um massacre do Holocausto.