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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Foguete russo destrói prédio da polícia de Kharkiv; ataques provocam mortes

Robson Santos e Tiago Minervino

Do UOL, em São Paulo e colaboração para o UOL, em Maceió

02/03/2022 02h02Atualizada em 02/03/2022 10h22

O sexto dia da guerra entre a Rússia e a Ucrânia provocou a destruição, até o momento parcial, da sede da polícia de Kharkiv, segunda maior cidade do país europeu, após o edifício ser atingido por um foguete disparado pelas tropas de Vladimir Putin. As informações são da agência de notícias Unian. A Câmara Municipal de Kharkiv também foi bombardeada.

De acordo com o governador Oleg Synegubov, ao menos 25 pessoas morreram e mais de 100 estão feridas após os bombardeios.

Um vídeo publicado no Twitter pela Nexta, emissora de TV da Ucrânia, mostra a sede da polícia local em chamas. Segundo relatos, os bombeiros tentam conter o fogo iniciado pelos bombardeios, mas é visível que a construção está bastante danificada.

Durante a madrugada desta quarta-feira (2), soldados russos transportados por vias aéreas desembarcaram em Kharkiv, conforme informou o exército ucraniano por meio do Telegram. De acordo com as autoridades locais, até o momento não há relatos de vítimas em decorrência dos ataques realizados por paraquedistas russos, que tentam assumir o controle da cidade.

"Tropas aéreas russas desembarcaram em Kharkiv e atacaram um hospital local", afirmaram os militares ucranianos em comunicado no Telegram. "Há um combate em andamento entre os invasores e os ucranianos", acrescentou.

Posteriormente, o chefe de polícia da região, Volodymyr Tymoshko, avisou que "atualmente a situação nas proximidades do hospital está sob controle", e destacou que "a segurança foi reforçada".

No entanto, vídeos compartilhados pela Nexta exemplificam como ficou a cidade após os sucessivos ataques, além de mostrar que ainda há pontos de confrontos entre os lados divergentes, com "várias explosões" espalhadas por Kharkiv.

Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana com 1,4 milhão de habitantes e próxima à fronteira com a Rússia, sofreu ataque aéreo russo contra um prédio do governo deixou ao menos 10 mortos e 20 feridos, de acordo com as autoridades do país europeu. O prédio do governo atingido fica localizado na principal praça de Kharkiv, no centro da cidade.

Por volta das 23h30, o canal oficial da Ucrânia no Telegram informou mais dois ataques, um em Kiev e outro em Kharkiv. As tropas russas teriam atingido uma escola de tanques em Kharkiv, e destruído a munição existente.

Bombardeios provocam mortes e destruição em Zhytomyr

Outra importante cidade da Ucrânia, Zhytomyr, localizada a 140 quilômetros de Kiev, foi alvo de bombardeios por partes das tropas russas nas primeiras horas da madrugada de hoje no horário local, e atingiu uma área residencial, deixando várias casas destruídas e ao menos quatro pessoas mortas, sendo três adultos e uma criança.

Dezenas de tanques da Rússia estão na região e fazem um cerco na tentativa de tomar o controle da cidade. Um vídeo publicado no Twitter pelo ex-embaixador da Ucrânia na Áustria, Olexander Scherba, mostra uma área residencial em chamas e dão um panorama dos estragos provocados.

Confrontos se espalham por outras regiões

A cidade de Kherson, localizada na região sul da Ucrânia, também se tornou alvo das tropas lideradas por Vladimir Putin. De acordo com informações repassadas pelo prefeito, Igor Kolyhav, o exército da Rússia conseguiu tomar o porto fluvial e a estação ferroviária da cidade.

Além disso, a CNN Internacional reportou que veículos militares russos conseguiram adentrar Kherson, depois de "bombardeios pesados". Uma imagem compartilhada no Twitter corrobora essa informação ao exibir vários veículos militares russos nas ruas de Kherson.

Outro alvo da Rússia foi Mariupol, município situado no leste da Ucrânia, que foi fortemente bombardeada pelo Kremlin. Conforme o prefeito local, Vadym Boychenko, já foram contabilizados ao menos 128 feridos, que foram encaminhados para o hospital. Após os confrontos, a eletricidade da área foi restabelecida e 26 toneladas de pães foram assadas para serem distribuídas aos moradores.

Alvo dos russos por cinco dias consecutivos, a cidade de Volnovakha, próximo à Donetsk e Mariupol, conseguiu criar uma espécie de corredor humanitário para evacuar 496 pessoas da região, incluindo 100 crianças e três pessoas com deficiência. As informações são do site ucraniano The Kyiv Independent.

Depois de uma série de falhas nos primeiros dias na guerra contra a Ucrânia, Vladimir Putin prepara um assalto mais destrutivo ao país europeu e deve intensificar ainda mais suas investidas. Não por acaso, as sirenas com alertas para ataques aéreos foram ouvidas em Kiev, Chernihiv, Sumy, Pyryatyn, Myrhorod, Pryluky, Dnipro e Zhytomyr, segundo informações do site ucraniano The Kyiv Independent.

No Twitter, a jornalista Deborah Hayner, da Sky News, publicou um vídeo em que é possível ouvir as sirenas tocando na capital Kiev.

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Putin está isolado, afirma Biden

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, está "isolado" após a invasão à Ucrânia, que chegou hoje ao sexto dia. As declarações ocorreram no Discurso sobre o Estado da União, que é um relatório apresentado anualmente pelo mandatário na presença do Congresso dos EUA.

"Nós confrontamos as mentiras da Rússia com a verdade, e agora ele [Putin] agiu. O mundo livre está o responsabilizando, com 27 membros da União Europeia. Putin está isolado, mais do que já esteve em qualquer momento", declarou Biden, sendo aplaudido na sequência.

O presidente disse que vai intensificar as sanções, atingindo os oligarcas russos, e anunciou o fechamento do espaço aéreo dos EUA para aviões que saem da Rússia.

"O departamento de Justiça dos Estados Unidos criou uma força tarefa para ir atrás dos oligarcas russos. Estamos nos juntando aos aliados europeus para manter presos seus iates, jatos, artigos de luxo. E essa noite estou anunciando que vamos nos juntar a nossos aliados, fechando o espaço aéreo para todos os voos da Rússia. Ele (Putin) mal sabe o que está por vir", continuou o presidente.

"O rublo já perdeu 30% de seu valor. O mercado de ações russo perdeu 40% de seu valor e o pregão continua suspenso. A economia da Rússia está se acabando e Putin é o único culpado."

Embaixador do Brasil deixa Kiev

O embaixador do Brasil na Ucrânia, Norton de Andrade Mello Rapesta, decidiu deixar Kiev por questões de segurança. Ele e sua equipe saíram da capital, mas ainda permaneceram no país europeu.

Em vídeo publicado na internet, Norton de Andrade garante que só deixará a Ucrânia quando conseguir retirar todos os brasileiros que desejam sair do país que trava intensos combates diariamente com a Rússia.

Zelensky ressalta resistência, mas diz não saber até quando

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky afirmou, durante pronunciamento, que eles têm resistido até o momento aos ataques da Rússia, mas ponderou não saber até quando os ucranianos conseguirão impedir o avanço das tropas de Vladimir Putin.

"Uma hora talvez nós não consigamos mais ficar de pé contra a Rússia", declarou.

Zelensky voltou a afirmar que seu povo está defendendo "a vida, a democracia e a liberdade". Zelensky ainda destacou a necessidade de manutenção do apoio internacional para que o esforço de guerra seja sustentado na Ucrânia.

"Nós também precisamos de dinheiro para tudo isso, para o preparo, as armas... As pessoas e os diplomatas estão trabalhando", disse o mandatário.

Soldados russos estão baixando as armas, diz NYT

Grupos de militares da Rússia que invadiram a Ucrânia estariam desistindo de lutar contra o país vizinho. De acordo com o The New York Times, um alto funcionário do Pentágono disse que soldados estão se rendendo e sabotando os próprios veículos em território ucraniano.

A motivação para a desistência da guerra seria o moral baixo das tropas, assim como a escassez de alimentos, combustíveis e peças de reposição para os veículos. Jovens e mal preparados, soldados russos baixaram as armas antes mesmo de lutar, após serem surpreendidos pela rigidez da defesa ucraniana, disse o oficial dos Estados Unidos ao NYT, em condição de anonimato.