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Guerra da Rússia-Ucrânia

Notícias do conflito entre Rússia e Ucrânia


Linha do tempo: relembre a escalada de ataques da Rússia à Ucrânia

2.mar.2022 - Cidade de Zhytomyr, na Ucrânia, foi atingida por bombardeio russo - Divulgação/Serviço de Emergência da Ucrânia
2.mar.2022 - Cidade de Zhytomyr, na Ucrânia, foi atingida por bombardeio russo Imagem: Divulgação/Serviço de Emergência da Ucrânia

Colaboração para o UOL

03/03/2022 04h00

Na quinta-feira passada (24), o mundo assistia incrédulo ao início da invasão da Ucrânia pela Rússia. Dia após dia, as tropas do Kremlin avançam em direção às principais cidades, deixando inclusive a capital Kiev cercada.

Longe do campo de guerra, as sanções internacionais à Rússia foram se intensificando, entre elas a exclusão de sete bancos russos do sistema de transações internacional Swift. Ontem o presidente norte-americano Joe Biden disse que Vladimir Putin está "isolado, mais do que já esteve em qualquer momento".

Até agora mais de 800 mil pessoas já fugiram da Ucrânia desde o início da invasão, segundo o Acnur (Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados). Ao menos 836 mil buscaram proteção em países vizinhos, a maioria na Polônia — cerca de 454 mil.

1º dia - Quinta-feira, 24 de fevereiro

Ataques de mísseis russos atingiram diversas cidades ucranianas e mataram mais de uma centena de pessoas, inclusive crianças, no primeiro dia de conflito. Segundo guardas de fronteira ucranianos, as forças russas acessaram o norte de Kiev a partir de Belarus para executar um ataque com mísseis contra alvos militares.

Kiev, a capital, foi atingida. A Ucrânia relatou que soldados russos atravessaram suas fronteiras nas regiões leste de Chernihiv, Kharkiv e Luhansk, e desembarcaram por mar nas cidades de Odessa e Mariupol, no sul.

Bombeiros ucranianos chegam para resgatar civis depois que um ataque aéreo atingiu um complexo de apartamentos em Chuhuiv, - Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images - Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
Bombeiros ucranianos chegam para resgatar civis depois que um ataque aéreo atingiu um complexo de apartamentos em Chuhuiv,
Imagem: Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images

Um dos ataques atingiu um hospital em Donetsk, causando quatro mortes. Segundo as autoridades ucranianas, outras dez pessoas ficaram feridas, entre elas seis médicos. Uma criança morreu após o prédio de cinco andares onde estava, na cidade de Chuhuiv, ser atingido durante o ataque. Segundo informações da Polícia Nacional da Ucrânia (NPU), 15 moradores foram resgatados com vida pelos bombeiros.

Além disso, a usina nuclear de Chernobyl foi tomada por militares russos.

Horas após os ataques, milhares de moradores começaram a deixar a capital Kiev. Longas filas de carros foram registradas nesta manhã em estradas, supermercados, postos de gasolina e também em caixas eletrônicos.

2º dia - Sexta-feira, 25 de fevereiro

A população de Kiev, capital da Ucrânia, amanheceu com o barulho dos estrondos de bombas no segundo dia da invasão da Rússia à Ucrânia.

Um caça da Ucrânia foi abatido pela Rússia em Kiev na madrugada. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que os bombardeios da madrugada ocorreram em áreas residenciais de Kiev. Ele ainda fez uma comparação com o nazismo. "Esta noite começaram a bombardear bairros civis. Isto nos recorda a ofensiva nazista de 1941".

De dia, um tanque russo foi flagrado atropelando o carro de um civil na Ucrânia. Na cena, é possível ouvir sons de tiros e, em seguida, o tanque acelera pela avenida, passando por cima de um carro. Em outra imagem, civis aparecem tentando ajudar a resgatar uma mulher presa nas ferragens do veículo. Além disso, um orfanato com cerca de 50 de crianças foi atacado. Ninguém ficou ferido, segundo a embaixadora ucraniana nos EUA, Oksana Markarova.

Em apenas dois dias mais de 50 mil refugiados deixaram a Ucrânia, segundo Acnur (Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados).

3º dia - Sábado, 26 de fevereiro

No terceiro dia de conflito, uma unidade militar foi atacada no subúrbio de Kiev, segundo o Serviço Estatal de Comunicações Especiais ucraniano.

Durante a madrugada, as forças armadas ucranianas travaram intensa luta contra soldados russos na região de Vasylkiv, uma subdivisão da capital da Ucrânia. Cinco explosões foram confirmadas pelo prefeito. Vitali Klitschko, e ataques foram reportados nos arredores da capital, que foi invadida.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, convocou a população a defender a cidade.

"Não podemos perder a capital. Falo com nossos defensores, homens e mulheres em todas as frentes: hoje à noite, o inimigo vai usar todas as suas forças para romper nossas defesas da maneira mais vil, dura e desumana. Vão tentar um ataque", afirmou Zelensky em um vídeo postado no site presidencial.

4º dia - 27 de fevereiro, domingo

Ainda sem conseguir ocupar a capital Kiev, as forças militares da Rússia conquistaram avanços significativos em outras regiões importantes da Ucrânia, furando o bloqueio inimigo e chegando a Kharkiv, segunda maior cidade do país. As cidades de Kherson e Berdyansk, no sul da Ucrânia, também foram alcançadas.

O quarto dia de guerra entre Rússia e Ucrânia teve início com grandes explosões em Vasylkiv, a pouco mais de 50 quilômetros ao sul de Kiev, que atingiram um gasoduto e abriram um clarão no céu da capital. Pela manhã, sirenes de alerta também voltaram a tocar na cidade.

Já em Kharkiv, a cerca de 480 quilômetros da capital, a batalha foi dura, segundo autoridades ucranianas. No início da tarde, o chefe da administração regional da cidade anunciou que o exército ucraniano conseguiu capturar soldados russos.

"Dezenas de soldados russos se renderam às Forças Armadas da Ucrânia em Kharkiv. Os capturados falaram em 'exaustão completa' e 'desmoralização', porque não têm nenhum contato com o comando central e não sabem das próximas ações. Desde o início do ataque contra a Ucrânia, eles não receberam nem comida, nem água. Seu equipamento não tem reserva de combustível", disse Oleg Synegubov. chefe da administração regional da cidade

5º dia - Segunda-feira, 28 de fevereiro

O quinto dia da invasão da Rússia à Ucrânia foi marcado por uma rodada de negociações sem acordo, por bombardeios na capital ucraniana, Kiev, e em Kharkiv, desde a madrugada. As tropas russas começaram a ficar cada vez mais perto da capital.

Até então, 352 pessoas haviam morrido, sendo 16 crianças, segundo o Ministério da Saúde da Ucrânia. Além disso, 2.040 civis ficaram feridos em ataques da Rússia ao país —45 deles, crianças.

Os ataques começaram ainda de madrugada. Um prédio residencial em Chernigov, a cerca de 144 quilômetros de Kiev, foi tomado por chamas após ser atingido por um míssil. Horas depois, já pela manhã, bombardeios atingiram Kharkiv.

O quinto dia de conflito também foi marcado por uma reunião entre representantes das delegações da Ucrânia e da Rússia, em Belarus, informou a Tass, agência de notícias russa. O encontro, porém, terminou sem acordo.

Horas após a reunião, explosões foram ouvidas em Kiev. Os alarmes que anunciam ataques aéreos também soaram nas cidades de Lviv, Rivne, Khmelnytsky e Kamianets-Podilskyi.

No quinto dia, mais de 500 mil pessoas já fugiram da Ucrânia para países vizinhos por causa da guerra com a Rússia, segundo o chefe do Acnur (Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas para Refugiados), Filippo Grandi.

6º dia - Terça-feira, 1º de março

No sexto dia de invasão, os ataques aéreos atingiram pontos estratégicos da Ucrânia. Na capital Kiev, dois mísseis atingiram uma torre de TV — o ataque deixou cinco mortos e outros cinco feridos.

Uma outra estrutura foi atingida em Kiev: o Memorial do Holocausto Babi Yar. No local, os nazistas mataram mais de 30 mil judeus em dois dias, em 1941. "A história está se repetindo", declarou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky nas redes sociais.

A cidade está sob toque de recolher das 20h às 7h, no horário local (15h às 2h de Brasília)

Em Kharkiv, segunda maior cidade ucraniana, um míssil se chocou contra um prédio do governo e foguetes também atingiram parte de uma área residencial. Dez pessoas morreram e 20 ficaram feridas, segundo autoridades ucranianas.

Também houve ataques a Sumy, Mykolaiv, Uman, Khmelnytsky e Zhytomyr.

7º dia - Quarta-feira, 2 de março

No sétimo dia da invasão houve uma intensificação dos ataques aéreos em diferentes cidades.

Em meio aos ataques, a Assembleia-Geral da ONU aprovou uma resolução deplorando a ofensiva, pedindo a retirada imediata das tropas e apelando para que negociações sejam estabelecidas.

Em Kiev, uma forte explosão atingiu uma estação ferroviária. O prédio resistiu, com pequenos danos. A explosão pode deixar a cidade sem aquecimento por ter atingido uma grande tubulação de aquecimento nas proximidades, de acordo com o governo ucraniano.

Kharkiv foi bastante atingida. Entre os alvos, estava a Câmara Municipal e a sede da polícia. Ao menos 25 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas, segundo o governo local.

No sul do país, os russos tomaram o controle da cidade de Kherson, perto da península da Crimeia. A informação foi confirmada pelo próprio prefeito da cidade, Ihor Kolykhaev. Mais cedo, os russos já haviam reivindicado o controle de Kherson, mas o prefeito negou a informação.

Kherson é a primeira cidade tomada pelos russos. Uma das maiores da região sudeste do país, tinha 300 mil habitantes antes da guerra. É um polo naval, e o principal ponto ao norte da península da Crimeia.

A tomada de Kherson é estratégica pois, segundo o jornal The New Yok Times, pode abrir caminho para a Rússia avançar para o oeste, em direção a Odessa, que é ainda maior — com quase um milhão de habitantes—, enquanto tenta dominar toda a costa ucraniana do Mar Negro.