Ataque russo mata duas crianças e 5 adultos na região de Kiev, diz polícia
Um ataque aéreo russo em uma área residencial rural na região de Kiev matou pelo menos sete pessoas hoje, nono dia da invasão, incluindo duas crianças, disse a polícia da capital da Ucrânia em um comunicado.
A polícia disse que o ataque atingiu a vila de Markhalivka, a cerca de 10 km da periferia sudoeste da capital.
Cerca de 12 explosões foram ouvidas no centro de Kiev na manhã de hoje (madrugada no Brasil), e as sirenes de ataque aéreo foram acionadas, em um sinal aparente de que ataques de mísseis vindos da Rússia sobre e ao redor da capital da Ucrânia estavam se intensificando.
As testemunhas no centro da cidade de 3,4 milhões de pessoas não puderam confirmar imediatamente a causa das explosões, mas elas foram mais frequentes do que nos últimos dias, e algumas foram mais barulhentas. Não houve relatos imediatos de vítimas.
Embora ainda não tenha sido alvo de um grande ataque, Kiev foi bombardeada e as forças russas liberaram um forte poder de fogo para tentar quebrar a resistência na cidade vizinha de Borodyanka.
Dezenas de milhares de habitantes fugiram da capital para a relativa segurança do oeste da Ucrânia e dos países vizinhos.
A Rússia diz que as ações na Ucrânia são uma "operação especial" não concebida para ocupar território, mas para destruir as capacidades militares do vizinho e capturar o que ela chama de nacionalistas perigosos. O presidente russo Vladimir Putin negou que as tropas russas tenham bombardeado Kiev e outras cidades da Ucrânia e classificou essas acusações como "falsidades grosseiras".
"As informações sobre o suposto bombardeio de Kiev e de outras grandes cidades são falsidades grosseiras e propagandísticas", disse Putin em uma conversa telefônica com o chefe do governo alemão, Olaf Scholz, informou o Kremlin em um comunicado.
A Ucrânia e os aliados ocidentais descartam essa descrição e classificam o ataque de invasão injustificada. Centenas de civis — 331, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas) — foram mortos no maior ataque a um Estado europeu desde a Segunda Guerra Mundial, e mais de 1 milhão de pessoas fugiram do exterior.
Hoje, a ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, disse que as forças russas estão cada vez mais visando a população civil na Ucrânia.
"É evidente que esta guerra de agressão do (presidente russo Vladimir) Putin está visando a população civil com o mais brutal rigor", disse ela aos repórteres em Bruxelas.
O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, disse que a Rússia está usando bombas de fragmentação. "Temos visto relatos de uso de outros tipos de armas que violam o direito internacional", disse ele a jornalistas.
Esses armamentos são formados por um dispositivo que abre e libera um grande número de explosivos menores.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou hoje que Putin, está tentando transformar o país vizinho em uma "nova Síria", e pediu ajuda aos países da Otan.
O governo ucraniano havia pedido à aliança a criação de uma "zona de exclusão aérea" no país, o que foi negado.
Nova rodada de negociação
A terceira rodada de negociações entre os dois países deve acontecer já neste fim de semana, afirmou um representante da Ucrânia.
Representantes de Kiev e Moscou já se reuniram duas vezes em Belarus desde o início da guerra. O primeiro encontro aconteceu no dia 28 de fevereiro em Belarus e durou cerca de 5 horas, mas terminou sem um acordo.
A segunda reunião aconteceu ontem, também com o envio de representantes para a Belarus. Desta vez, porém, os países concordaram em montar um corredor de fuga para os civis.
Os corredores humanitários são áreas consideradas seguras, pelas quais civis poderão escapar. Não foram divulgados detalhes sobre quando, onde e como eles vão funcionar na Ucrânia.
Putin hoje disse ao chanceler alemão que espera que a Ucrânia assuma uma posição "razoável e construtiva" durante a próxima rodada de conversações.
O líder russo também disse a Scholz por telefone que a Rússia estava aberta ao diálogo com a Ucrânia, desde que todas as suas exigências sejam atendidas.
* Com Reuters e AFP
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