Corredores humanitários começam a funcionar em cidades da Ucrânia
Moradores de Sumy, Irpin e Mariupol começaram a deixar suas cidades na manhã de hoje após a Rússia anunciar uma trégua para permitir a saída de civis de áreas de risco.
Imagens divulgadas pelo governo da Ucrânia mostram as primeiras pessoas embarcando em ônibus de Sumy com direção a Poltava, cidade na região central da Ucrânia. A operação de retirada de civis começou às 10h no horário local (5h em Brasília).
O Serviço Estatal de Comunicações Especiais da Ucrânia informou que a evacuação em Sumy está ocorrendo "de acordo com o plano".
Em pronunciamento em vídeo na manhã de hoje, traduzido pela emissora Sky News, a vice primeira-ministra Iryna Vereshchuk informou que o comboio de ajuda humanitária em Sumy poderá ser seguido por civis em seus veículos pessoais.
Ela também diz que 30 ônibus estão a caminho da cidade portuária de Mariupol, que está sem energia elétrica e sofre com o desabastecimento de água e alimentos. No fim de semana, autoridades locais desenharam dois acordos com a Rússia para a retirada de civis, mas ambos falharam.
Iryna Vereshchuk demonstrou preocupação em relação a possíveis violações da Rússia durante o cessar-fogo. "Havia sinais de que as forças russas estavam disparando na direção de uma rota de ajuda humanitária."
Temos informações de que o lado russo planeja perturbar este corredor e que há manipulações para obrigar as pessoas a seguir outro itinerário que não está coordenado [com a Ucrânia] e é perigoso.
Vice primeira-ministra Iryna Vereshchuk em pronunciamento em vídeo na manhã de hoje
Em Irpin, quase 3 mil pessoas conseguiram fugir da cidade na manhã de hoje, informou o governo ucraniano. Outros 10 mil ucranianos conseguiram deixar a cidade de Irpin nos últimos dez dias.
A cidade fica próxima de Kiev e é caminho do Exército russo. Pelo menos dez pessoas morreram tentando fugir de Irpin, incluindo uma família com seus dois filhos.
Na manhã de hoje, o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia afirmou que há rotas para a saída de civis em Kiev, Chernigov, Sumy, Kharkiv e Mariupol. O cessar-fogo nestas cidades começou às 9h no horário local (4h em Brasília) e está previsto para se encerrar às 21h (16h em Brasília).
O corredor humanitário também está sendo usado para o envio de alimentos e medicamentos para os que decidiram ficar em suas cidades. Em Mariupol e Sumy, autoridades locais confirmaram que as remessas serão entregues.
Cidade de Sumy sofreu bombardeios durante a noite
Nesta noite, prédios residenciais da região de Sumy foram alvo de bombardeios, segundo autoridades ucranianas. Pelo menos 21 pessoas morreram, incluindo duas crianças. Uma mulher foi resgata sob os escombros.
"Aviões inimigos atacaram edifícios residenciais de maneira traiçoeira", diz mensagem divulgada por serviços de emergência da Ucrânia. "Foi um ataque direcionado a civis".
O uso de corredores humanitários foi acordado ontem durante rodada de negociações entre a Rússia e a Ucrânia para encontrar uma saída para o conflito.
"Vamos tentar de novo. Acreditamos que ninguém sairá ferido", escreveu Mykhailo Podolak, chefe de gabinete do presidente Volodymyr Zelensky, sobre os corredores humanitários.
Na mensagem, Podolak ainda cutucou autoridades da Rússia ao descrevê-las como "autores de corredores para um país onde ninguém quer evacuar". Ontem, a Rússia liberou seis corredores humanitários na Ucrânia, mas a maioria das rotas tinha como destino cidades da Rússia ou de Belarus, uma aliada de Vladimir Putin.
Autoridades da Ucrânia afirmaram que a proposta da Rússia era "inaceitável" e os corredores foram interrompidos.
O que são corredores humanitários?
As zonas de trégua são chamadas também de corredores humanitários, ou seja, áreas não ocupadas por forças militares e funcionam como uma forma de acesso legal dos civis a zonas fora da guerra. A ONU (Organização das Nações Unidas) considera os corredores humanitários como uma das várias formas possíveis de pausa temporária em um conflito armado.
Os corredores são necessários quando as cidades estão sitiadas e a população está sem suprimentos básicos de alimentos, eletricidade e água, como ocorre atualmente em cidades ucranianas.
É a quarta tentativa de retirada de civis de áreas de conflito desde o primeiro dia da invasão russa à Ucrânia, em 24 de fevereiro.
*Com informações de AFP e Reuters
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