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Ucrânia diz que proposta da Rússia para retirada de civis é 'inaceitável'

Do UOL, em São Paulo

07/03/2022 05h38Atualizada em 07/03/2022 12h06

A Ucrânia afirmou que a nova proposta da Rússia para a abertura de corredores humanitários é "inaceitável". Na manhã de hoje, a Rússia autorizou a retirada de civis de Kiev, Mariupol, Kharkiv e Sumy, desde que eles se dirijam para a Rússia ou Belarus.

Horas depois, o governo da Ucrânia informou que o acordo foi interrompido porque a Rússia continua a bombardear Kiev e Mariupol. A Rússia acusa nacionalistas ucranianos de impedir a saída de civis das cidades.

A proposta da Rússia ignora países como Polônia e Hungria, os principais destinos para refugiados da Ucrânia, segundo informações da ONU (Organização das Nações Unidas).

A ministra de Territórios Ocupados da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, afirmou que o envio de civis para cidades da Rússia e Belarus é "absurdo, cínico e inaceitável".

Apelo a todo o mundo civilizado para pressionar a Rússia. Precisamos de corredores humanitários. Civis ucranianos e estrangeiros devem ser removidos.
Ministra de Territórios Ocupados da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, nas redes sociais

Um porta-voz do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, afirmou que a medida é "completamente imoral" e diz que a Rússia está tentando "usar o sofrimento das pessoas para criar uma imagem de televisão".

Cidadãos da Ucrânia têm o direito de serem retirados para o território da Ucrânia. Este é um dos problemas que está causando o colapso dos corredores humanitários. A Rússia parece concordar com eles, mas eles querem fornecer ajuda humanitária para um filme na TV e querem que os corredores levem em sua direção.
Porta-voz de Zelensky em entrevista à Reuters

Seis rotas para a retirada de civis foram divulgadas hoje pelo governo russo. Veja:

  • De Kiev para Gomel, em Belarus;
  • De Mariupol para Zaparozhye, na Ucrânia;
  • De Mariupol para Rostov-on-Don, na Rússia;
  • De Kharkiv para Belgorod, na Rússia;
  • De Sumy para Belgorod;
  • De Sumy para Poltava, na Ucrânia.
O porta-voz da Rússia, Igor Konashenkov, diz que a Ucrânia recebeu as informações sobre os corredores humanitários com antecedência.

Dois acordos de cessar-fogo fracassam em Mariupol

Em Mariupol e Volnovakha, no leste da Ucrânia, um acordo de cessar-fogo para a retirada de civis foi interrompido pelo segundo dia seguido. Era prevista a saída de pelo menos 215 mil pessoas nos dois distritos, que estão cercados por militares da Rússia.

Autoridades da Ucrânia acusam a Rússia de não interromper bombardeios em áreas que deveriam ser seguras para a passagem de civis. "É extremamente perigoso evacuar pessoas em tais condições", afirmou o chefe da Administração Militar Regional de Donetsk, Pavlo Kirilenko.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, rebateu, acusando as autoridades ucranianas de prejudicarem as operações humanitárias de retirada de civis de Mariupol.

Sem energia elétrica, alimentos, água, gás e transportes, a cidade de Mariupol é uma dos locais mais afetados pela ofensiva da Rússia. O prefeito de Mariupol, Vadym Boichenko, diz que a cidade está submetida a um bloqueio por militares russos.

No sábado, Boichenko afirmou, em comunicado para moradores de Mariupol, que "não há escolha a não ser sair".