Revista Time diz que jornalista morto cobria crise de refugiados na Ucrânia
A revista Time disse, neste domingo (13), que o jornalista norte-americano Brent Renaud, que foi morto em Irpin, na região de Kiev, capital da Ucrânia, cobria a crise de refugiados no país em meio à guerra com a Rússia.
"Nas últimas semanas, Brent esteve na região trabalhando em um projeto da Time Studios focado na crise global de refugiados. Nossos corações estão com todos os entes queridos de Brent. É essencial que os jornalistas possam cobrir com segurança esta invasão e crise humanitária na Ucrânia", informou comunicado atribuído ao editor-chefe e CEO da Time, Edward Felsenthal, e ao presidente e COO da Time e Time Studios, Ian Orefice.
O anúncio da morte de Renaud foi feito pelo chefe de polícia de Kiev, Andriy Nebytov, que divulgou uma imagem do profissional e o crachá dele como membro do New York Times. O jornal lamentou o ocorrido, mas disse que o crachá é antigo e que Renaud não estava trabalhando para o veículo na cobertura do conflito.
"Estamos devastados com a perda de Brent Renaud. Como cineasta e jornalista premiado, Brent abordou as histórias mais difíceis do mundo, muitas vezes ao lado de seu irmão Craig Renaud", acrescentou o comunicado da Time.
Fotógrafo relata ataque que matou Renaud
Bren tinha 50 anos e era um jornalista experiente na cobertura de conflitos armados. Ele realizou diversos trabalhos premiados com o irmão, Craig, sendo conhecidos como Irmãos Renaud.
Os dois cobriram as guerras no Iraque e no Afeganistão, o terremoto no Haiti, a Primavera Árabe, no Egito, e a violência de cartéis de drogas no México.
Em vídeo publicado no Twitter, o fotógrafo norte-americano Juan Arredondo relatou que estava com Brent Renaud no momento em que ambos foram atacados.
Enquanto recebia atendimento médico em um hospital, Arredondo informou que ele e Brent estavam dentro de um carro, atravessando uma ponte para filmar refugiados deixando a cidade de Kiev.
Quando ultrapassaram um ponto de controle militar, o carro começou a ser alvo de tiros. Ele disse que o motorista deu a volta para retornar, mas o veículo continuou na mira dos disparos.
"Eu vi ele [Brent] ser atingido no pescoço", disse, apontando para o lado direito de seu próprio pescoço. Arredondo falou ainda que viu o colega sendo "deixado para trás", enquanto ele próprio era conduzido ao hospital por uma ambulância. "Eu não sei [como ele está]", disse.
Reação de autoridades
Não se sabe que lado do conflito foi responsável pela morte do jornalista. Ainda assim, autoridades norte-americanas e ucranianas atribuíram o caso às forças russas.
Assessor de segurança do governo dos EUA, Jake Sullivan disse à CNN Internacional que a morte de um jornalista norte-americano "choca e aterroriza".
"E é mais um exemplo do terror de Vladimir Putin [presidente da Rússia], que tem atacado escolas, mesquitas, hospitais, e jornalistas. Por isso, que nós estamos trabalhando tanto para impor consequências severas sobre ele [Putin] e ajudar os ucranianos com todo o auxílio militar que nós conseguimos reunir para também fortalecer as forças em campo", declarou Sullivan.
Em texto nas redes sociais, o chefe de polícia ucraniano Nebytov disse que as forças russas matam "até jornalistas da mídia internacional que tentam mostrar a verdade sobre a invasão das tropas russas na Ucrânia". "Um correspondente mundialmente reconhecido foi baleado em Irpin hoje."
Nebytov afirmou ainda entender que a profissão de jornalista tem riscos, "mas o cidadão americano Brent Renaud pagou a vida por tentar destacar a crueldade do agressor".
Mykhailo Podolyak, assessor da Presidência da Ucrânia, pediu uma ação dos Estados Unidos após a morte do jornalista.
"Só resta uma pergunta: por quanto tempo os EUA vão ignorar a guerra, o assassinato de seus cidadãos e não fechar espaço aéreo [da Ucrânia]?", escreveu em sua página no Twitter.
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