Loja ucraniana produz barreiras com espinhos para conter tanques russos
A loja Art of Steel, na Ucrânia, passou a produzir peças de guerra nas últimas semanas para conter a invasão da Rússia. Até então, a empresa se sustentava majoritariamente com itens cenográficos, mas agora produz espinhos afiados em fileiras que remetem a confrontos antigos na tentativa de barrar carros e tanques russos que podem chegar em Rivne, no arredor da capital Kiev e detentora de uma das mais centrais usinas nucleares da Ucrânia.
Ao The Washington Post, um dos responsáveis pela loja disse que tem produzido "centenas" de armadilhas com espinhos nos últimos dias. Ele conversou com o jornal norte-americano sob anonimato, por medo de sua segurança física, mas falou que "a Ucrânia está unida nesta guerra".
Como o objeto pode furar pneus, o responsável pela Art of Steel afirmou que o objeto "se usado de forma correta, poderá parar vários veículos ou, pelo menos, atrasá-los".
O associado da loja disse que o ideal seria adicionar soldados armados aos locais com as barreiras de espinhos. Pela página do Facebook, a empresa afirmou que em breve terá novos itens desse tipo para disponibilizar.
Além das barreiras físicas, a Art of Steel disse estar desenvolvendo acessórios de aço para serem usados como armadura. Os funcionários da empresa se juntaram a outros ferreiros da cidade e trabalham para "ajudar o Exército de alguma forma", como um disse ao The Telegraph.
Barreiras com espinhos datam de 331 a.C., quando Alexandre o Grande os montou contra os persas, segundo o The Washington Post. Originalmente, eram usadas bolas de metal com quatro pontas afiadas para ferir fatalmente os invasores durante conflitos.
Negociações pausadas e 19º dia de guerra
As delegações de Rússia e Ucrânia fizeram uma "pausa técnica" nas negociações após a reunião de hoje para tratar sobre a invasão russa ao território ucraniano. Ela deverá ser retomada amanhã.
"Uma pausa técnica foi feita nas negociações até amanhã", escreveu o assessor da presidência da Ucrânia, Mikhailo Podolyak, em mensagem no Twitter. O período será utilizado para debate de pontos em subgrupos de trabalho. "As negociações continuam...", completou. Apesar dos diálogos, novos ataques foram registrados pelo país nesta segunda-feira, inclusive na capital ucraniana, Kiev.
A região da capital terá toque de recolher entre a noite de hoje e a manhã de terça-feira. Para o Ministério da Defesa ucraniano, a Rússia está em processo de "reagrupamento para retomar a ofensiva em direção a Kiev". Nesta segunda (14), o governo russo disse que não descarta tomar o "controle total" das principais cidades ucranianas.
Hoje, o conflito na Ucrânia chega ao 19º dia, com o governo ucraniano fazendo mais corredores para evacuação de pessoas e envio de suprimentos a regiões afetadas pela ação de forças russas. Em áreas dominadas por separatistas, como Donetsk, também há registros de ataques. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), a Ucrânia já tem 2,8 milhões de refugiados.
Mais cedo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que a Rússia atacou 24 instalações de saúde e milhares de pessoas estão sem água e eletricidade em cidades ucranianas. Guterres afirmou ainda que o impacto dos ataques aos civis está "atingindo proporções aterrorizantes".
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