No 22º dia, correspondente diz que Rússia tenta submeter Kiev à fome
No 22º dia de conflito entre Rússia e Ucrânia, os países continuam sem entrar em acordo nas negociações de cessar-fogo. O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, ofereceu para mediar um encontro presencial entre o líder russo Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano.
Um suposto acordo de paz, divulgado ontem pelo jornal Financial Times, gerou irritação entre as autoridades ucranianas, que alegaram que os pontos do tratado representavam apenas as exigências russas. Mykhailo Podolak, principal negociador da Ucrânia, prevê que um cessar-fogo pode ser alcançado em, no máximo, mais uma semana e meia.
A capital da Ucrânia, Kiev, continua alvo de ataques e cercada pelas tropas russas. Segundo Richard Engel, correspondente da NBC News, diante da resistência ucraniana os russos podem estar tentando minar o armazenamento de comida e subjugar a cidade por meio da fome. A análise foi feita após a destruição de uma armazém que continha mais de 50.000 toneladas de alimentos.
Os suprimentos haviam sido recolhidos em diversos pontos do país e levados de caminhão até a capital. Autoridades ucranianas divulgaram que dois prédios residenciais foram atingidos e ao menos uma pessoa morreu.
Outra cidade que vem sendo duramente atacada é Mariupol, região portuária próxima da Crimeia, tida como estratégica pelos russos. Ali, segundo o governo ucraniano, um teatro bombardeado ontem tinha a palavra "criança" escrita do lado de fora, indicando a presença de civis e menores de idade. O local era utilizado como abrigo pela população que buscava fugir dos bombardeios.
Nove corredores humanitários foram abertos para a evacuação de civis, ainda de acordo com o governo ucraniano; ontem, nenhum havia sido liberado por falta de um retorno da Cruz Vermelha, conforme alegado pelas autoridades do país.
A ONU (Organização das Nações Unidas) estima que mais de 3 milhões de pessoas já deixaram o país desde o início do conflito.
Biden chama Putin de 'ditador assassino'
O presidente dos EUA, Joe Biden, chamou hoje Putin de "ditador assassino"; ontem, ele já havia chamado o líder russo de "criminoso de guerra".
"Agora você tem a Irlanda e a Grã-Bretanha unidas contra um ditador assassino, um puro bandido, que está fazendo uma guerra imoral contra o povo da Ucrânia", afirma.
Agências de inteligência americanas estimam ao menos 7 mil soldados russos mortos na invasão, afirma a Sky News.
As consultas também apontam que mais de 150 mil soldados russos entraram na Ucrânia desde o início do conflito, com feridos variando entre 14 mil e 21 mil.
Em discurso ao parlamento alemão, Zelensky comparou a invasão da Rússia ao Holocausto e pediu que a Alemanha derrube o novo "muro" que está sendo erguido na Europa contra a liberdade.
(Com Reuters e AFP)
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