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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Mísseis russos atingem cidade perto da fronteira com Polônia, diz prefeito

Do UOL, em São Paulo

18/03/2022 04h29Atualizada em 18/03/2022 09h55

A cidade ucraniana de Lviv, perto da fronteira com a Polônia, foi atacada por mísseis russos na manhã de hoje (madrugada no Brasil), 23º dia da guerra, informou a prefeitura. Uma pessoa ficou ferida.

A cidade, considerada a capital cultural da Ucrânia, está a centenas de quilômetros do avanço da Rússia e tem sido um dos principais destinos dos civis forçados a fugir das zonas de batalha.

Até o momento, a guerra já gerou cerca de 3,3 milhões de refugiados, sendo que mais de 2 milhões cruzaram a fronteira com a Polônia, que prepara uma proposta para uma missão de paz da ONU (Organização das Nações Unidas) na Ucrânia.

Em uma postagem no Facebook, o prefeito Andriy Sadovyi disse que uma fábrica de reparos de aeronaves que fica perto do aeroporto da cidade foi destruída pelo ataque, mas o terminal não foi atingido.

Sadovyi afirmou ainda nas redes sociais que o trabalho na fábrica havia parado antes que os mísseis atingissem o local. Segundo o chefe da administração militar regional de Lviv, Maksym Kozytsky, uma pessoa ficou ferida e está "numa condição moderada".

Um jornalista da emissora britânica Sky News disse que explosões foram ouvidas por volta das 6h30 (1h30 no horário de Brasília). Segundo informações divulgadas pelo Ministério da Defesa ucraniano, 6 mísseis de cruzeiro foram lançados, provavelmente do Mar Negro, e dois foram interceptados por sistemas de defesa aérea.

Desde a invasão russa ao território ucraniano, em 24 de fevereiro, Lviv, maior cidade do oeste da Ucrânia, havia sido amplamente poupada dos bombardeios russos. Ela fica localizada a cerca de 70 quilômetros da fronteira polonesa, ou seja, próxima a um país que pertence a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Mapa Otan - Arte/UOL - Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Além disso, a fronteira da Ucrânia com a Polônia tem sido um ponto de passagem de material bélico para auxiliar a resistência ucraniana.

Países que integram a aliança militar já disseram que não se envolverão diretamente no conflito entre Rússia e Ucrânia sob o risco de agravar a situação. No entanto, o secretário de Estado americano, Anthony Blinken, e o presidente dos EUA, Joe Biden, já disseram que, caso os russos realizem alguma ofensiva militar contra qualquer país integrante da Otan, o bloco estará "absolutamente" comprometido "com a defesa de cada centímetro quadrado desse território".

O artigo 5º do Tratado do Atlântico Norte diz que um ataque armado contra um dos países-membros "será considerado um ataque a todos" e, com isso, haverá ajuda militar mútua.

No último fim de semana, mísseis russos devastaram uma base militar perto de Lviv, a cerca de 25 km com a Polônia. Segundo a administração regional militar de Lviv, ao menos 35 pessoas morreram e 134 ficaram feridas. Já a Rússia informou que o ataque matou "até 180 mercenários estrangeiros" e destruiu uma grande quantidade de armas fornecidas à Ucrânia por países do ocidente.

Por estar perto da fronteira polonesa, a cidade se tornou o lar improvisado de muitas organizações de mídia e embaixadas (como Brasil e China), que foram forçadas a se mudar de Kiev diante da ofensiva russa contra a capital ucraniana.

Nos últimos dias, tanto Kiev quanto Moscou relataram pequenos progressos nas negociações, mas ambos os lados reconhecem que estão longe de um acordo. A Rússia quer a desmilitarização da Ucrânia, o compromisso de não entrar para a Otan e o reconhecimento da soberania do Donbass e da anexação da Crimeia.

Já a Ucrânia admite que não poderá integrar a aliança atlântica, mas pede garantias de segurança por parte das potências mundiais contra eventuais futuros ataques e não aceita as perdas territoriais.

* Com Ansa