EUA descartam abater aviões russos na Ucrânia: 'Risco considerável'
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, reafirmou hoje que a Otan (Organização do Tratado Atlântico Norte) não criará uma zona de exclusão aérea na Ucrânia, de modo a não acirrar ainda mais as tensões com a Rússia, que invadiu o país no fim de fevereiro. Segundo ele, a ação teria um "risco considerável" de ampliar o conflito.
"Uma zona de exclusão aérea significaria que, se os aviões russos violassem a área, nós os derrubaríamos", afirmou Blinken em entrevista coletiva concedida na Lituânia, durante visita oficial ao país.
"Isso traria um risco considerável de criar um conflito direto entre nossos países (aliados da Otan) e a Rússia. Portanto, seria uma guerra mais ampla — e isso não é do interesse de ninguém, nem mesmo do povo ucraniano."
Nos últimos dias, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu reiteradas vezes que a Otan estabeleça uma zona militarizada de restrição aérea nos ares ucranianos, mas o bloco tem se negado a atender o pleito, temendo um aumento na escala do conflito.
Embora haja um desejo mútuo de que a Ucrânia se junte ao órgão, o país não faz parte do corpo de integrantes da Otan, e o bloco se recusa a destacar militares da aliança para o território ucraniano — no máximo, países aliados têm enviado armamentos aos vizinhos da Rússia.
Além disso, é justamente a aproximação entre a Organização do Tratado Atlântico Norte e a Ucrânia o que motivou a ofensiva russa, que invadiu o país vizinho sob a justificativa de estar realizando uma "operação militar especial".
O Kremlin teme que um avanço dos limites da Otan em direção à Ucrânia comprometa a segurança nacional da Rússia, tendo em vista que ambos os países são vizinhos.
Além dos EUA, a Alemanha, a França e o Reino Unido também integram a Otan, entre outros países. Formado após a Segunda Guerra Mundial, o grupo tem como base a premissa de que, caso algum membro seja atacado militarmente, todos se unirão em resposta.
Proteção para a Otan
Ainda na entrevista, Blinken pontuou que, caso os russos realizem alguma ofensiva militar contra qualquer país integrante da Otan — como a própria Lituânia —, o bloco estará "absolutamente" comprometido "com a defesa de cada centímetro quadrado desse território".
A fala foi o reforço de outra declaração, dada mais cedo em outra entrevista coletiva, quando Blinken disse que "ninguém deve duvidar" da "prontidão" da Otan em se defender de ataques. Na ocasião, Blinken também afirmou que os aliados "foram autorizados a utilizar equipamentos defensivos" para se prevenir de qualquer possível ofensiva russa e que o "flanco oriental" — fronteira leste do bloco, colada com a Rússia — foi reforçado com mais militares.
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