Rússia descarta encontro com Zelensky antes que acordo de paz seja aprovado
O texto de um tratado de paz entre Rússia e Ucrânia deve ser aprovado antes que se considere a possibilidade de encontro entre os presidentes Vladimir Putin (Rússia) e Volodymyr Zelensky (Ucrânia), disse o assessor presidencial russo Vladimir Medinsky, que chefia a delegação russa para as negociações.
"Antes mesmo de mencionarmos uma reunião dos líderes, as delegações de negociadores devem preparar e concordar com o texto de um tratado", afirmou ele em entrevista à agência russa Tass. "Depois disso, o texto deve ser rubricado pelos chanceleres e aprovado pelos governos. Depois disso, pode-se discutir a possibilidade de uma cúpula", disse Medinsky.
A declaração foi dada no mesmo dia em que Zelensky publicou vídeo em suas redes sociais em que pede conversas com Putin, dizendo que essa seria a "única chance para a Rússia minimizar os danos causados com seus próprios erros" após a invasão.
Os dois lados estão atualmente realizando negociações remotamente, mas até agora, como nas rodadas anteriores, elas tiveram pouco progresso e nenhuma ocorreu em nível presidencial.
"Esta é a hora de nos encontrarmos, conversarmos, é hora de renovar a integridade territorial e a justiça para a Ucrânia", disse Zelensky. "Quero ser ouvido por todos, especialmente por Moscou".
Diversas rodadas sem resultados
Várias rodadas de negociações entre Kiev e Moscou ocorreram pessoalmente e virtualmente desde que a invasão russa da Ucrânia começou em 24 de fevereiro.
Putin disse ontem ao chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, que a Ucrânia está tentando travar as negociações de paz com a Rússia, mas que Moscou ainda está interessada em continuar as conversas.
"Foi observado que o regime de Kiev está tentando de todas as maneiras possíveis atrasar o processo de negociação, apresentando cada vez mais propostas irrealistas", disse o Kremlin em um comunicado sobre o telefonema. "No entanto, o lado russo está pronto para continuar buscando uma solução de acordo com suas conhecidas abordagens de princípios."
O último conjunto de negociações, o quarto desde o início do conflito armado, foi aberto na segunda-feira.
O principal negociador da Rússia disse na sexta-feira que Moscou e Kiev aproximaram suas posições "o mais próximo possível" de uma proposta para a Ucrânia se tornar um estado neutro.
Mas Mikhailo Podolyak, um conselheiro de Zelensky que participa das negociações, disse que a posição de seu país não mudou.
"Estado da negociação. As declarações do lado russo são apenas suas posições solicitantes", escreveu ele no Twitter.
"Todas as declarações visam, entre outras coisas, provocar tensão na mídia. Nossas posições permanecem inalteradas. Cessar-fogo, retirada de tropas e fortes garantias de segurança com fórmulas concretas."
A Rússia, que realiza uma operação militar na Ucrânia desde 24 de fevereiro, solicitou que seu vizinho nunca se juntasse à aliança militar ocidental da Otan, além de exigir sua "desmilitarização" e "desnazificação" do país no leste europeu.
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