Maquiadora diz reconhecer cliente morta em Bucha após divulgação de foto
Uma maquiadora disse ter reconhecido uma de suas clientes entre os mortos no massacre de Bucha, na Ucrânia, depois que uma foto que mostrava a mão dela, com as unhas pintadas, foi divulgada pela imprensa internacional.
As imagens de ao menos 20 corpos espalhados por uma rua foram feitas pela imprensa após a retirada das tropas russas da cidade. O prefeito de Bucha, Anatoliy Fedoruk, estimou que pelo menos 300 moradores foram mortos, sendo 70 em vala comum.
Em sua conta no Instagram, Anastasia fez um relato emocionado sobre sua cliente, que se chamava Iryna. A publicação é acompanhada de uma foto que mostra a mulher se maquiando com o mesmo detalhe de coração nas unhas.
"Imediatamente senti que essa foto me machucava e não conseguia entender o porquê. A mulher nesta foto, que voou pela Ucrânia, pelo mundo, por todas as redes sociais, é minha cliente Iryna ... que veio até mim para fazer aulas de maquiagem", contou.
Segundo ela, a última vez que as duas se encontraram foi no dia 23 de fevereiro, um dia antes de a Rússia invadir o país. "Na despedida, me abraçou e pediu para cuidar da minha saúde, dizendo que pessoa maravilhosa eu sou", relembrou a maquiadora, que descreveu Iryna como uma pessoa bondosa e com "sede de vida".
"A guerra arrancou de novo um pedaço do meu coração... um pedaço enorme... e deixou lá um vazio e dor, muita dor", continuou Anastasia, sobre a morte da cliente.
Sempre me lembrarei de suas palavras e conselhos, sempre me lembrarei de valorizar a vida e me alegrar em cada momento - porque a vida é uma só. Ela está na minha alma para sempre...Ela simplesmente queria viver Anastasia, maquiadora, sobre a cliente morta em Bucha
Anastasia termina o relato pedindo que os responsáveis pelo massacre sejam punidos. A Rússia, sem provas, diz que as fotos e vídeos são "uma encenação" da Ucrânia.
Ontem, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, comparou a ação dos militares russos a grupos terroristas, equiparando até mesmo ao Estado Islâmico. A declaração foi feita ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), numa reunião de emergência convocada para lidar com as evidências de crimes de guerra por parte de tropas de Moscou nas cidades ucranianas.
Líderes ocidentais prometeram novas sanções após a divulgação das imagens e se disseram "chocados". O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu um julgamento por "crimes de guerra".
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