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Zelensky compara russos ao ISIS e quer expulsão de Putin do Conselho da ONU
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Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, comparou a ação dos militares russos a grupos terroristas, equiparando até mesmo ao Estado Islâmico (ISIS). A declaração foi feita ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), nesta terça-feira (5), numa reunião de emergência convocada para lidar com as evidências de crimes de guerra por parte de tropas de Moscou nas cidades ucranianas —entre elas a localidade de Bucha.
Após a retirada das tropas russas de alguns desses locais, indícios apontam para ataques deliberados contra civis durante o período no qual Moscou controlou a região.
Sobre Bucha, a Rússia nega veementemente ter matado civis e diz que as mortes são uma montagem do governo da Ucrânia.
Segundo Zelensky, os militares russos mataram qualquer um que serviu o estado ucraniano, além de assassinar famílias inteiras e queimar os corpos. O presidente também denunciou a execução de pessoas com tiros na nuca, depois de serem torturados. Segundo ele, civis foram esmagados por tanques, pessoas tiveram línguas cortadas e mulheres foram estupradas diante de seus filhos.
Para Zelensky, a ação é equivalente a "qualquer terrorista do Estado Islâmico, agora por parte de um estado membro da ONU". Segundo ele, Moscou mantém uma política consistente de destruir diversidades e deixar país em ruinas, com muitas valas comuns.
O presidente ucraniano disse que os responsáveis pelos crimes devem ser responsabilizados, mas insiste que Bucha é apenas um dos exemplos.
O mundo ainda vai conhecer a real dimensão da crise."
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia
Para o presidente, seu país está sendo alvo dos "piores crimes cometidos desde a Segunda Guerra Mundial", com cidades transformadas em cinzas de forma deliberada.
Críticas contra o Conselho de Segurança e ONU e exclusão da Rússia
Após o discurso do presidente, os ucranianos exibiram um vídeo que mostrou pessoas decapitadas e queimadas, além de crianças mortas. "O mundo viu o que fizeram em Bucha, mas ainda não sabemos o que fizeram em outros locais", disse Zelensky.
Ele, porém, deixou claro sua insatisfação diante do órgão máximo da ONU. Para ele, os russos devem ser excluídos do Conselho, justamente para impedir que Moscou impeça que a guerra seja lidada.
Segundo ele, a ONU precisa agir imediatamente e não repetir o imobilismo dos últimos confrontos. "O mundo assistiu sem agir a anexação da Crimeia, e a situação na Georgia e outros locais", afirmou.
Num longo prazo, os ucranianos querem o fim do direito ao veto no Conselho, justamente para permitir que massacres possam ser impedidos, na visão deles.
"As metas de 1945 [pós-Segunda Guerra] não foram atingidas e é impossível que elas possam ocorrer sem reformas [na ONU]", afirmou o ucraniano, que sugeriu a realização de uma cúpula para mudar a Carta das Nações Unidas.
Ele também sugeriu que os responsáveis pelos crimes sejam levados aos tribunais internacionais, na mesma forma que Nuremberg julgou os crimes do Nazismo.
Outro apelo por exclusão veio do governo de Joe Biden, dos Estados Unidos. Para seus diplomatas, a Rússia deve ser expulsa do Conselho de Direitos Humanos da ONU, alertando que sua permanência poderia minar a própria credibilidade das Nações Unidas.
Até hoje, apenas a Líbia foi excluída do Conselho, há quase dez anos. Mas as potências ocidentais acreditam que podem coletar dois terços dos votos na Assembleia Geral para garantir a expulsão dos russos.
Para o governo americano, nenhum governo pode ser um "escudo" para os russos e pediu que líderes tenham "coluna vertebral".
Nas últimas semanas, governos como o da China, Brasil, Indonésia e Índia indicaram que seriam contrários à expulsão da Rússia de órgãos internacionais.
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