Brasil se absteve sobre Rússia para 'evitar polarização', diz Itamaraty
Em votação que decidiu a suspensão da Rússia do CDH (Conselho de Direitos Humanos) das Nações Unidas, o Brasil optou por não apoiar o afastamento do país que está em conflito com a Ucrânia. Em nota, o Itamaraty disse que o Brasil quis evitar polarização.
"O Brasil decidiu abster-se na votação por entender que a iniciativa implicará polarização e politização das discussões do CDH. Poderá, ademais, resultar no desengajamento dos atores relevantes e dificultar o diálogo para a paz", falou.
No documento, o Ministério das Relações Exteriores afirmou prezar pelos "espaços de diálogo", sempre buscando a paz e a manutenção dos direitos humanos.
"O Governo brasileiro apoia as medidas adotadas pelas Nações Unidas em resposta ao conflito", reforçou.
93 países apoiam suspensão
Na votação de hoje na Assembleia Geral, 93 países deram seu apoio à proposta de países ocidentais que sugeriram o afastamento do Kremlin das decisões de um dos principais órgãos da entidade.
Ao explicar seu voto, o governo brasileiro insistiu que esse não é o momento de suspender a Rússia. O embaixador Ronaldo Costa Filho garantiu que o governo de Jair Bolsonaro (PL) está "profundamente preocupado com as violações de direitos humanos na Ucrânia, inclusive na cidade de Bucha".
Na América do Sul, os governos da Argentina, Uruguai, Chile, Colômbia e Equador deram seu apoio ao afastamento.
Apenas 24 países votaram contra o projeto, entre eles a Rússia, China, Cazaquistão, Síria, Irã, Cuba, Coreia do Norte e Venezuela.
No total, 58 países também se abstiveram, entre eles México, Arábia Saudita, Senegal, África do Sul, Egito e um número elevado de governos africanos.
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