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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Funcionários de Chernobyl roubaram combustível para manter reator operando

Nova estrutura de confinamento sobre o antigo Sarcófago que cobre reator danificado da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia - Gleb Garanich/Reuters
Nova estrutura de confinamento sobre o antigo Sarcófago que cobre reator danificado da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia Imagem: Gleb Garanich/Reuters

Do UOL, em São Paulo

09/04/2022 08h36

Funcionários da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, roubaram combustível dos russos para manter um dos reatores funcionando quando a energia da estação foi cortada por três dias durante o período em que as tropas estavam sob controle da região. Segundo relatos dos funcionários feitos ao serviço russo da BBC, se a usina perdesse energia, "poderia ter sido catastrófico".

"Se tivéssemos perdido energia, poderia ter sido catastrófico", disse Oleksandr Lobada, supervisor de segurança contra radiação na estação. "O material radioativo poderia ter sido liberado. A escala disso, você pode imaginar. Eu não estava com medo pela minha vida. Eu estava com medo do que aconteceria se eu não estivesse lá monitorando a usina: uma tragédia para a humanidade", acrescentou.

A antiga usina nuclear de Chernobyl, no norte da Ucrânia, foi tomada pelas forças russas no primeiro dia da invasão, em 24 de fevereiro. Agora, ela está de volta ao controle da Ucrânia.

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Naquela data, as forças russas cercaram as instalações com tanques e veículos blindados, entrando na Ucrânia a partir da fronteira com Belarus, a 16 quilômetros de distância. Desde então, autoridades ucranianas passaram a fazer alertas de possíveis aumentos nos níveis de radiação no ar.

Segundo a BBC, cerca de 170 guardas nacionais ucranianos que protegeram a fábrica foram levados para o porão e mantidos em cativeiro lá. Em seguida, soldados russos revistaram as instalações em busca de armas e explosivos.

Engenheiros, supervisores e outros técnicos foram autorizados a continuar trabalhando, mas, segundo relatos, alguns funcionários foram questionados à força. "Eles queriam saber como a instalação era administrada. Eles queriam informações sobre todos os procedimentos, documentos e operações. Eu estava com medo porque o questionamento era constante e às vezes forçado", afirmou Oleksandr Lobada.

Apesar da autorização para continuar no trabalho, o engenheiro Valeriy Semonov disse que foi preciso negociar para que a operação da usina não fosse paralisada.

"Tivemos que negociar constantemente com eles e nos esforçar para não ofendê-los, para que eles permitissem que nosso pessoal gerenciasse as instalações", afirmou.

A guerra entre Rússia e Ucrânia completou 45 dias hoje. Nos últimos dias, imagens de corpos de civis nas ruas de Bucha chocaram o mundo. Segundo comunicado da procuradora-geral da Ucrânia ontem, 164 corpos foram recolhidos.

Dezenas de líderes mundiais acusam a Rússia de um "massacre". Moscou, no entanto, nega as acusações e diz que elas são uma "provocação".