Rússia x Ucrânia: 44º dia tem ataque a estação de trem e cerco a Donbass
Ataques a uma estação de trem na cidade de Kramatorsk, na região ucraniana de Donetsk, e avanço das tropas russas na região separatista de Donbass marcaram esta sexta-feira (8), 44º dia de invasão da Rússia à Ucrânia.
Ao menos 50 pessoas morreram nos ataques, incluindo cinco crianças, segundo a administração militar de Kramatorsk. Havia cerca de 4.000 pessoas na estação, e 90% eram idosos, mulheres e crianças que tentavam deixar a região por causa do conflito, disse o prefeito Oleksandr Honcharenko.
Um dos mísseis que atingiu a estação, de acordo com um jornal russo, continha a expressão "para as crianças". Tradutores consultados pela Sky News, TV norte-americana, disseram que o sentido da frase corresponde a algo similar a "pelo que foi feito com as crianças".
A Rússia nega a autoria do bombardeio e afirma que os mísseis que atingiram o local não são utilizados pelas forças armadas do país.
Já em Donbass, o governo ucraniano afirma que há uma tentativa de "avanço maciço" das tropas russas, que se reagruparam após o recuo de regiões centrais.
Massacre de Bucha
Uma das áreas liberadas pelas tropas russas foi a cidade de Bucha, onde centenas de corpos foram encontrados no último final de semana. A procuradoria-geral da Ucrânia afirma já ter encontrado 164 cadáveres e aponta que houve um massacre de civis pelo exército russo.
Autoridades russas, no entanto, negam ser as responsáveis pelas mortes e afirmam que se trata de uma encenação por parte dos ucranianos. O jornal "The New York Times" divulgou vídeos que mostram soldados russos abrindo fogo contra civis no município, enquanto o governo alemão interceptou trocas de mensagens de rádio entre os soldados russos combinando alguns dos ataques.
A polícia ucraniana acusa tropas russas de torturarem e matarem civis na aldeia de Husarivka, na região de Kharkiv. Em postagem no Facebook, a corporação denuncia a existência de uma câmara de tortura onde civis foram queimados vivos após terem sofrido diversas agressões.
Baixas russas e refugiados
A Ucrânia divulgou hoje que cerca de 19 mil soldados russos morreram desde o primeiro dia de invasão. Ontem a Rússia reconheceu ter sofrido baixas importantes no conflito, embora não tenha divulgado números de soldados mortos.
O último balanço divulgado pelo governo de Vladimir Putin afirmou que 1.351 soldados morreram no conflito.
A Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) anunciou que ontem 5 mil pessoas deixaram a Ucrânia. A agência contabiliza pelo menos 4,32 milhões de refugiados ucranianos.
Sanções e negociações
Apó um encontro com o chanceler alemão, Olaf Scholz, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, declarou não acreditar em negociações de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia porque não considera Putin "como alguém em quem se possa confiar".Johnson elogiou Scholz e o presidente francês Emmanuel Macron por tentarem encontrar soluções diplomáticas para o conflito.
O chanceler alemão voltou a dizer que o país avalia parar de importar petróleo da Rússia.
Dmitry Medvedev, vice-chefe do Conselho de Segurança da Rússia, disse hoje que as sanções são impostas ao país de forma "ilegal" e que podem ser interpretadas como um ato de agressão internacional.
Medvedev acrescentou, em postagem no seu canal do Telegram, que a Rússia tem o direito de se defender individual e coletivamente: "Que ninguém duvide de que a Rússia usará esse direito nas formas e margens que considerar apropriadas", declarou.
O primeiro-ministro russo Mikhail Mishustin estima que mais de 6 mil sanções foram impostas ao país desde o início do conflito na Ucrânia.
Com informações de AFP, ANSA, EFE e Reuters
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