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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Após convite de Zelensky, França diz que Macron não irá à Ucrânia agora

Presidentes da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e da França, Emmanuel Macron - Presidência da Ucrânia/AFP e Ludovic Marin/AFP
Presidentes da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e da França, Emmanuel Macron Imagem: Presidência da Ucrânia/AFP e Ludovic Marin/AFP

Do UOL*, em São Paulo

18/04/2022 08h34Atualizada em 18/04/2022 10h49

O secretário de Estado francês para Assuntos Europeus, Clément Beaune, disse que o presidente da França, Emmanuel Macron, não irá Ucrânia "nos próximos dias". Em entrevista à emissora Sud Radio, da França, Beaune disse que Macron irá para Kiev apenas se for útil.

Em entrevista à CNN, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, convidou Macron para visitar a Ucrânia após o francês ter rejeitado usar o termo genocídio para qualificar as ações das forças russas em território ucraniano, invadido desde 24 de fevereiro. Hoje (18), a guerra da Rússia na Ucrânia está em seu 54º dia.

No momento, Macron está na reta final da campanha de segundo turno pela reeleição para a Presidência da França. A eleição será no próximo domingo (24). Para Beaune, uma visita agora à Ucrânia, poderia "sem dúvida, ser mal interpretada".

Ao explicar a posição de Macron de ir à Ucrânia apenas se ele for útil, Beuane disse que não se pode "fazer apenas uma visita simbólica". "Tem que ser uma visita com impacto." Ele ressaltou que a França tem dado apoio à Ucrânia com ajuda humanitária e militar. No último dia 9, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, esteve em Kiev com Zelensky. Outras autoridades europeias também estiveram na Ucrânia nos últimos dias.

Na entrevista à CNN, transmitida no domingo (17), o presidente ucraniano também expressou seu desejo de receber o americano Joe Biden. "Acho que ele virá, mas a decisão depende dele, claro, depende da segurança", disse. "Mas acho que ele é o governante dos Estados Unidos e é por isso que ele deveria vir e ver", explicou.

A Casa Branca está considerando enviar um representante a Kiev. No entanto, descartou por enquanto a viagem do próprio presidente, considerada de alto risco em meio ao violento conflito.

A definição de "genocídio" consta na Convenção de Genebra - uma série de tratados internacionais assinados entre 1864 e 1949 com o objetivo de diminuir as consequências das guerras sobre a população civil. No entanto, a classificação de incidentes violentos, segundo a justiça internacional, só pode ocorrer após uma investigação imparcial e isenta, cujas conclusões devem ser julgadas pelo Tribunal Penal Internacional.

Ataques no oeste e no leste

Hoje, 54º dia da guerra, ao menos sete pessoas morreram em ataque com mísseis em Lviv, cidade no oeste ucraniano e que fica perto da fronteira com a Polônia. Segundo Maksym Kozystkiy, chefe da administração militar regional de Lviv, outras 11 pessoas ficaram feridas; entre elas, há uma criança com ferimentos leves. Dos feridos, três encontram-se em estado crítico, disse Kozystkiy.

Lviv fica a cerca de 70 quilômetros da fronteira ucraniana com a Polônia, país que integra a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), uma aliança militar. Também há relatos de mortes em ataques no leste ucraniano hoje, na cidade de Kreminna, que foi tomada pelo exército russo, segundo o governo da região de Lugansk.

O Ministério da Defesa da Rússia apontou que "16 instalações militares ucranianas foram destruídas por mísseis de alta precisão lançados do ar" entre a noite de ontem e a madrugada de hoje. No total, foram mais de 315 ataques a tropas ucranianas nesse período. A informação não pôde ser verificada com fontes independentes.

Em meio a um aumento da tensão, hoje não foram abertos corredores humanitários para evacuação na Ucrânia.

(Com RFI)