Ataque perto da fronteira com a Polônia deixa mortos na Ucrânia
Ao menos 11 pessoas, incluindo uma criança, morreram em ataque com mísseis em Lviv, cidade no oeste ucraniano e que fica perto da fronteira com a Polônia. Segundo Maksym Kozystkiy, chefe da administração militar regional de Lviv, outras 11 pessoas ficaram feridas. Dos feridos, três encontram-se em estado crítico, disse Kozystkiy.
O ataque aconteceu nesta segunda (18), 54º dia da guerra promovida pela Rússia em território ucraniano. Lviv fica a cerca de 70 quilômetros da fronteira ucraniana com a Polônia, país que integra a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), uma aliança militar.
Também há relatos de mortes em ataques no leste ucraniano hoje, na cidade de Kreminna, que foi tomada pelo exército russo, segundo o governo da região de Lugansk.
O Ministério da Defesa da Rússia apontou que "16 instalações militares ucranianas foram destruídas por mísseis de alta precisão lançados do ar" entre a noite de ontem e a madrugada de hoje. No total, foram mais de 315 ataques a tropas ucranianas nesse período. A informação não pôde ser verificada com fontes independentes.
Ataques em Lviv
De acordo com as autoridades de Lviv, foram quatro ataques com mísseis. Segundo Kozystkiy, três dos ataques foram direcionados contra infraestrutura militar. "Como resultado dos acertos, houve incêndios. As instalações foram severamente danificadas."
Kozystkiy disse que "eram mísseis de cruzeiro baseados no ar". "De acordo com informações preliminares, eles foram liberados da região do Cáspio."
Prefeito de Lviv, Andriy Sadovy disse que a criança que ficou ferida no ataque veio de Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia, no leste, que está sob constantes ataques desde o início do conflito —hoje, ao menos duas pessoas morreram em Kharkiv após um bombardeio. "Ele veio com sua mãe de Kharkiv para escapar da guerra. Mas um míssil russo os encontrou em Lviv."
O prefeito ainda informou que os ataques deixaram cerca de 40 carros danificados ou destruídos. "A onda de choque quebrou as janelas de um hotel próximo. Ucranianos evacuados vivem nele", completou.
Chefe da empresa ferroviária da Ucrânia, Alexander Kamyshin, disse foguetes atingiram áreas perto de instalações ferroviárias em Lviv. "Não há vítimas entre passageiros e trabalhadores ferroviários." A empresa disse que "a situação na estação ferroviária de Lviv está sob controle" e que "os passageiros foram colocados em abrigos seguros".
Conselheiro da Presidência da Ucrânia, Mykhailo Podolyak disse que "os russos continuam a atacar barbaramente as cidades ucranianas do ar, declarando cinicamente ao mundo inteiro seu 'direito'... de matar ucranianos".
Lviv fica longe da linha de frente e, assim como o oeste da Ucrânia, sofreu poucos ataques desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro. Perto da fronteira com a Polônia, Lviv virou uma cidade de refugiados para os deslocados e no início da guerra abrigou várias embaixadas de países ocidentais, que transferiram as atividades de Kiev, capital do país.
Segundo o prefeito, é preciso "estar o mais vigilante possível". "Os ataques a alvos civis podem aumentar. Não há cidades seguras na Ucrânia hoje."
Cidade tomada no leste
O governador da região de Lugansk, Serhey Haidai, disse hoje que "o controle sobre a cidade de Kreminna está perdido". "A evacuação da cidade não é mais possível." Kreminna fica a cerca de 720 quilômetros a leste de Kiev, capital ucraniana.
Ao menos quatro pessoas foram mortas enquanto tentavam deixar a cidade de Kreminna hoje, segundo o governador. "Os russos abriram fogo contra um carro com civis. Quatro pessoas morreram. Uma pessoa gravemente ferida ainda está no local. Os médicos não podem alcançá-la devido ao bombardeio sem fim", disse o governador.
Já na região de Donetsk, a cidade de Kramatorsk teve ao menos oito "edifícios residenciais, instalações educacionais e de infraestrutura" atacados, segundo o governador Pavlo Kyrylenko. "Nenhuma vítima civil foi relatada até agora, mas muitas casas foram danificadas, e o fornecimento de eletricidade e gás foi interrompido."
Kyrylenko pediu para que as pessoas que "tenham a oportunidade" deixem a região rumo a áreas mais seguras.
Sem corredores
Vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk anunciou que o país não terá corredores humanitários nesta segunda (18). Segundo ela, "os ocupantes russos não pararam de bloquear e bombardear as rotas humanitárias". "Portanto, por razões de segurança, decidiu-se não abrir hoje os corredores humanitários." Ontem, também não houve corredores.
Mais tarde, Vereshchuk disse que a Ucrânia passaria a exigir a abertura de um corredor em Mariupol, que está sitiada. De acordo com a vice-primeira-ministra, houve um "agravamento da situação" na cidade portuária, no sudeste ucraniano.
"Exigimos um corredor humanitário urgente do território da fábrica de Azovstal para mulheres, crianças e outros civis", disse, em mensagem direcionada às autoridades russas. "A recusa em abrir estes corredores humanitários será, no futuro, a base para responsabilizar criminalmente todos os envolvidos por crimes de guerra."
Ataques a "infraestrutura crítica"
No relatório desta segunda, o Ministério da Defesa da Ucrânia disse que "o inimigo continua a realizar uma agressão armada em grande escala", mencionando o lançamento de mísseis e bombardeios "em infraestrutura crítica da Ucrânia".
Para os ucranianos, "as Forças Armadas da Federação Russa estão concluindo a criação de um grupo ofensivo na Zona Operacional Leste". Esta região é o principal foco da Rússia neste momento do conflito. Porém, nos últimos dias, ataques voltaram a acontecer em outras regiões do país, como hoje, em Lviv, no oeste.
Troca
As forças de segurança da Ucrânia divulgaram nesta segunda-feira um vídeo que mostra o empresário Viktor Medvedchuk, próximo ao presidente russo Vladimir Putin e que foi detido pelas tropas de Kiev, pedindo para ser trocado por soldados e civis cercados na cidade de Mariupol.
"Quero falar ao presidente russo Vladimir Putin e ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky para pedir que me troquem por defensores ucranianos e por moradores de Mariupol", afirmou no vídeo.
(Com AFP e EFE)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.