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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Ucrânia pode ter maior batalha desde a 2ª Guerra; entenda ultimatos russos

18.abr.22 - Moradores se reúnem em um pátio perto de um bloco de apartamentos fortemente danificado durante o conflito Ucrânia-Rússia na cidade portuária de Mariupol, no sul da Ucrânia - ALEXANDER ERMOCHENKO/REUTERS
18.abr.22 - Moradores se reúnem em um pátio perto de um bloco de apartamentos fortemente danificado durante o conflito Ucrânia-Rússia na cidade portuária de Mariupol, no sul da Ucrânia Imagem: ALEXANDER ERMOCHENKO/REUTERS

Matheus Brum

Colaboração para o UOL

21/04/2022 04h00

Desde o início da ofensiva russa no Leste Europeu, o exército de Vladimir Putin definiu algumas áreas como as primordiais de serem conquistadas pela força militar. Em duas, o governo da Rússia deu ultimatos para o governo ucraniano: Donbass e Mariupol.

As regiões são sensíveis por diferentes motivos para o avanço russo e podem resultar, segundo especialistas, nas maiores batalhas no mundo desde o fim da 2ª Guerra Mundial.

Entenda abaixo o que está por trás dos conflitos nesses locais.

Mariupol

Mariupol dá acesso ao mar, e pode facilitar a movimentação russa na Guerra.

Oficialmente, o presidente Putin diz que a ofensiva na região acontece por causa do desejo de movimentos pró-Russia que estão no território.

Desde março, o Ministério da Defesa da Rússia emitiu ultimatos para o Exército Ucraniano se render e deixar a região. Nos últimos quatro dias, mais dois foram emitidos. "Todos os que depuserem suas armas têm a garantia de que suas vidas serão poupadas", informou o Ministério. Esse ultimato tinha validade até a manhã do último domingo (17).

A Ucrânia rejeitou e não se rendeu. O presidente Volodymyr Zelensky aproveitou a ocasião para pedir por mais armas. "Todas as armas pesadas e aviões necessários imediatamente para reduzir a pressão dos ocupantes sobre Mariupol e libertá-la", clamou o mandatário ucraniano.

O outro ultimato foi feito com prazo final às 8h da manhã (horário de Brasília). Novamente a Ucrânia não cedeu à pressão russa. No entanto, combatentes ucranianos divulgaram vídeos relatando a situação dramática vivida em Mariupol. "Podemos ter alguns dias ou horas restantes", disse Serhiy Volynsky, comandante da 36° Brigada dos Fuzileiros Navais da Ucrânia.

Atualmente, civis e militares têm um único bastião de resistência: a fábrica de Azovstal. De acordo com o governo ucraniano, são 500 militares feridos e centenas de civis, em sua maioria mulheres, crianças e idosos, escondidos e tentando se proteger dos ataques russos.

Donbass

A região de Donbass, que inclui Luhansk e Donetsk, também é outra que o exército russo está atacando. É uma área de interesse do governo Putin pelos grupos prós-Rússia que existem na região e que tornaram a área em uma região separatista.

Em um comunicado, o governo russo informou que está em uma nova fase da guerra. E isso inclui novos ataques a Donbass. Ainda não houve um ultimato emitido por Putin, mas a Ucrânia já descartou se render e entregar Donbass.

"Não confio nos militares russos, nem na liderança russa. Por isso, entendemos que, mesmo com fato de termos lutado e eles terem deixado Kiev, não significa que, se eles ganharem Donbas, eles não irão mais [avançar] em direção a Kiev", avalia Zelensky, em entrevista a CNN.

De acordo com especialistas ouvidos pela CNN, da maneira como a Rússia está se movimentando, a batalha por Donbass pode ser "a maior desde a Segunda Guerra Mundial".

Negociações

A Rússia informou que entregou à Ucrânia um documento com pontos específicos para o fim da Guerra. "[O documento] inclui formulações absolutamente claras elaboradas. A bola está do lado deles, estamos esperando uma resposta", disse o porta-voz do governo Dmitry Peskov.

No entanto, Zelensky afirmou que não recebeu nenhum documento.