Ataque a Mariupol e reunião dos EUA com Ucrânia: guerra completa dois meses
O conselheiro presidencial da Ucrânia, Mykhailo Podolyak, acusou as forças da Rússia de atacar "continuamente" a usina siderúrgica localizada em Mariupol durante a Páscoa ortodoxa, neste domingo (24), quando a invasão russa no território da Ucrânia completa dois meses.
Diante do avanço russo no país, o presidente Volodomyr Zelensky disse esperar suporte de líderes mundiais que visitarão Kiev. A declaração ocorreu após o presidente ucraniano anunciar que se reuniria com representantes dos Estados Unidos hoje.
A Casa Branca se recusou a comentar sobre a possível viagem do secretário-geral do país, Antony Blinken e do ministro da Defesa Lloyd Austin.
"Amanhã, virão nos visitar autoridades americanos: me reunirei com o ministro da Defesa e com Antony Blinken", disse Zelensky em uma coletiva de imprensa em uma estação de metrô de Kiev no sábado (23).
Zelensky disse ainda que está esperando "coisas específicas e armas específicas" das lideranças dos EUA, enquanto as forças russas avançam no leste e no sul do país durante o fim de semana.
A Ucrânia havia pedido uma trégua dos ataques durante o feriado mais importante do ano para a cultura local. Sem o cessar-fogo, os civis foram aconselhados por prefeitos de algumas cidades a celebrar o feriado em casa. Em algumas cidades ucranianas, fiéis se reuniram para celebrar o feriado nas ruas e em catedrais.
Plano de Moscou
O presidente russo, Vladimir Putin, disse no início da semana que as forças russas haviam dominado a região de Mariupol, mas ordenou que os militares não atacassem a usina de Azovstal, a última grande sede da defesa ucraniana na cidade.
Podolyak disse que o Kremlim "deveria pensar nos restos de sua reputação", na tentativa de fazer com que a Rússia a anunciasse uma trégua de Páscoa em Mariupol, além de abrir um corredor de evacuação e concordar com uma "rodada especial de negociações" para a troca de forças militares na cidade.
A Rússia revelou que o objetivo da invasão ao território ucraniano é assumir o "controle total" do sul do país e da região leste de Donbas. Isso faria com que fosse possível estabelecer um corredor terrestre ligando a Rússia e a Crimeia — península anexada aos russos em 2014.
Na visão do governo de Zelensky, as investidas russas no leste da Ucrânia são uma tentativa de despovoar a região. Tymofiy Mylovanov disse em entrevista à CNN internacional que a mensagem passada pela Rússia é "muito clara".
"Se você resistir, como Donbas, como o leste da Ucrânia, você será destruído. Isso não importa se você é militar ou civil. Portanto, a mensagem que a Rússia está enviando é 'renda-se ou seja apagada'".
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