Campo de concentração e tensão na Moldávia: o 62º dia de Rússia x Ucrânia
A denúncia da existência de um campo de concentração em Vovchanks, na Ucrânia, marcou esta terça-feira (26), 62º dia da invasão da Rússia ao país. Segundo autoridades ucranianas, há civis presos por militares russos em uma fábrica na cidade.
"É um verdadeiro campo de concentração, onde as pessoas são submetidas a torturas e obrigadas a colaborar com as Forças Armadas da Federação Russa", disse o governador da região de Kharkiv, Oleg Syniehubov.
Também hoje, a presidente da Moldávia, Maia Sandu, convocou uma reunião de segurança para tratar de uma série de explosões que ocorreram na Transnístria, região separatista pró-Rússia que fica na fronteira com a Ucrânia. A Rússia mantém tropas permanentes baseadas no país desde a dissolvição da União Soviética.
A Transnítria é controlada por separatistas desde a década de 1990. Segundo a agência russa TASS, há planos entre as autoridades russas para criar um corredor terrestre entre Donbass e a Crimeia, passando pela região.
A Ucrânia acusa a Rússia de tentar desestabilizar a Moldávia. "Más notícias: se a Ucrânia cair amanhã, as tropas russas estarão nas portas de Chisinau [capital da Moldávia]", escreveu Mikhailo Podoliak, conselheiro da presidência ucraniana, no Twitter.
O Kremlin divulgou estar acompanhando de perto as notícias sobre a região.
Receio de novo acidente nuclear
O diretor-geral da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), Rafael Grossi, informou hoje que a radioatividade na usina de Chernobyl atingiu um nível "anormal".
A usina foi tomada pelas tropas russas no primeiro dia da invasão à Ucrânia e ficou ocupada por pouco mais de um mês.
"Sobre o nível de radioatividade, eu diria que é anormal. Houve momentos em que os níveis subiram, devido à movimentação de equipamento pesado que as forças russas trouxeram para cá e quando saíram. Temos feito monitoramento diário", declarou.
O pior acidente nuclear da história ocorreu no local há exatos 36 anos. Grossi visitou a usina acompanhando de Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, que criticou o líder russo Vladimir Putin pela ocupação da área.
"O mundo esteve novamente à beira da catástrofe, porque, para o exército russo, a região e a central de Chernobyl constituíam um território normal de operações militares", disse Zelensky.
Mais cedo, dois mísseis russos sobrevoaram a central nuclear de Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia. Petro Kotin, CEO da estatal de energia Energoatom, afirmou que o sobrevoo ocorreu em baixa altitude e representou um enorme risco.
"Os mísseis podem atingir uma ou mais instalações nucleares, é uma ameaça de catástrofe nuclear e radioativa para todo o mundo", disse.
ONU: pior crise de refugiados
A ONU (Organização das Nações Unidas) declarou que a guerra entre os países pode provocar a pior crise de refugiados no continente, com ao menos 8,3 milhões de ucranianos deixando o país. A projeção foi divulgada nesta tarde; atualmente, a contagem oficial é de 5,2 milhões de refugiados.
Também hoje foram registrados:
- 35 ataques aéreos a Azovstal, usina metalúrgica em Mariupol que abriga resistência às tropas russas;
- 500 mortes de soldados ucranianos, segundo a Rússia, em instalações militares de Kurulka e Novaya Dmitrovka, na região de Kharkiv;
- Um bombardeio em Kharkiv que, de acordo com o governador local, deixou três mortos e sete feridos;
- Três mortes em Popasna (região de Lugansk) após um ataque de mísseis russos;
- Dois mortos e sete feridos em Donetsk durante ataques aéreos;
- Um hospital, uma escola e prédios residenciais atingidos por bombardeios aéreos em Avdvka.
Com informações da AFP, ANSA e Reuters
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