Ucrânia relata 35 ataques a Mariupol após promessa de cessar-fogo da Rússia
Ao menos 35 ataques aéreos aconteceram na área da usina de Azovstal, em Mariupol, após o anúncio da Rússia de um cessar-fogo no local, segundo o chefe da administração militar da região de Donetsk, Pavlo Kyrylenko. A cidade portuária, sitiada pelas forças russas, faz parte da região de Donetsk.
"Os russos ainda estão batendo. Eles estão batendo, sabendo que há mais de mil civis na fábrica. Porque, na verdade, é para isso que eles vieram aqui: para bater, matar e destruir", disse Kyrylenko. Há relatos de civis feridos após os últimos ataques.
Ontem (25), a Rússia exigiu a retirada de civis da área da usina, onde ucranianos estão resistindo ao avanço das forças russas na cidade, que está destruída. Autoridades de Mariupol estimam que mais de 10 mil pessoas foram mortas na cidade.
"Mais atrocidades"
Em mensagem que compartilhou ontem, Kyrylenko comparou a situação de Mariupol com a vivida há quase oito décadas, quando a cidade foi ocupada por nazistas. "Mais atrocidades, mais assassinatos, mais destruição. Os russos já repetiram e superaram os crimes dos nazistas em Mariupol. Eles vão repetir a fuga inglória", disse Kyrylenko.
O chefe militar recuperou declarações de moradores de Mariupol dadas à imprensa em setembro de 1943 a respeito da ocupação nazistas. Eles diziam que a cidade havia se transformado em um "grande cemitério".
Para Kyrylenko, os habitantes não poderiam "prever na época era que a ocupação russa seria ainda mais devastadora".
Citando relatos de jornais soviéticos na ocasião, ele lembrou a fuga alemã, com registros de saques e ataques. "E, como então, tudo terminará tristemente para os invasores, e a bandeira azul e amarela da liberdade voará novamente sobre Mariupol", disse Kyrylenko.
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