Rússia x Ucrânia: 64º dia tem bombardeios durante visita de comitiva da ONU
Nesta quinta-feira (28), 64º dia da invasão da Rússia à Ucrânia, bombardeios russos continuaram ocorrendo na capital Kiev mesmo durante uma visita da comitiva da ONU (Organização das Nações Unidas), que incluiu a presença do secretário-geral, António Guterres.
"É uma zona de guerra, mas causa comoção que isto tenha ocorrido perto do local onde estávamos", declarou o porta-voz Saviano Abreu em entrevista à AFP. Segundo a agência de notícias, a comitiva ficou surpresa com os ataques. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que cinco mísseis caíram sobre a cidade após a visita dos representantes do órgão.
A guerra é um absurdo no século XXI. A guerra é o mal. Não há como uma guerra ser aceitável no século XXI."
António Guterres, secretário-geral da ONU
Foi a primeira visita de Guterres à Ucrânia desde o início do conflito, em 24 de fevereiro. Há dois dias ele esteve na Rússia, onde tentou negociar com o presidente Vladimir Putin que dê um fim à guerra. Durante a viagem, o secretário-geral afirmou que a ONU tem atuado para evacuar civis de Mariupol, cidade portuária sitiada pelos russos.
Mariupol
Autoridades ucranianas informaram hoje que os russos realizaram mais de 50 bombardeios em Mariupol. O Batalhão de Azov denuncia o uso de "grande quantidade de bombas de fósforo" na região.
A procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, afirmou ter identificado mais de 8.000 crimes de guerra praticados pela Rússia desde a invasão.
A Câmara Municipal da cidade publicou hoje que há cerca de 100 mil moradores em situação de perigo moral "não apenas devido aos bombardeios, mas também às condições de vida intoleráveis e insalubres".
Vadym Boychenko, prefeito de Mariupol, pediu novamente a evacuação completa da cidade.
"Os ocupantes são incapazes de fornecer comida, água e remédios à população existente. Ou simplesmente não estão interessados. Eles bloqueiam todas as tentativas de evacuação. Sem isso, as pessoas vão morrer. Afinal, agora as condições de vida são medievais", disse em nota.
Um ataque a um hospital de campanha em Azovstal, usina siderúrgica onde está concentrada a resistência aos soldados russos, deixou "mortos e feridos", de acordo com autoridades ucranianas —os números não foram divulgados;
Também foram registrados nesta quinta:
- Ataques aéreos, relatados pelo Ministério da Defesa da Rússia, que atingiram 67 instalações ucranianas e mataram mais de 300 soldados;
- Ataque aéreo a Zaporizhzhia, com três pessoas feridas (incluindo uma criança);
- Cerca de 20 navios da Marinha Russa no Mar Negro, segundo o Ministério da Defesa do Reino Unido;
- Seis ataques russsos repelidos nas regiões de Donetsk e Lugansk, segundo o Ministério da Defesa da Ucrânia;
- Ao menos 3 milhões de refugiados ucranianos recebidos pela Polônia desde o início do conflito.
Com informações de AFP, ANSA, Reuters e RFI
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