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Ucrânia começa a retirar civis de Mariupol; Zelenski recebe Pelosi em Kiev

Delegação dos EUA (à esq.) reforçou apoio à Ucrânia e prometeu atender pedido de Biden por mais ajuda - Stringer/Presidência da Ucrânia/AFP
Delegação dos EUA (à esq.) reforçou apoio à Ucrânia e prometeu atender pedido de Biden por mais ajuda Imagem: Stringer/Presidência da Ucrânia/AFP

Do UOL, em São Paulo

01/05/2022 09h40Atualizada em 01/05/2022 12h49

Um grupo de cerca de 100 civis vai ser evacuado neste domingo (1º) da siderúrgica Azovstal, último reduto da resistência ucraniana em Mariupol, segundo informou o presidente Volodimir Zelenski. Eles serão levados para a cidade de Zaporizhia, a cerca de 550 da capital Kiev, onde Zelenski deverá encontrá-los.

"A evacuação de civis de Azovstal começou. Um grupo de cerca de 100 pessoas já se dirige para a área controlada. Amanhã vamos encontrá-los em Zaporizhia. Obrigado a nossa equipe!", escreveu o presidente ucraniano em uma rede social.

Durante a madrugada, um grupo de 20 mulheres e crianças já havia sido retirado de Azovstal, segundo divulgado pela emissora americana CNN. Eles também foram levados para Zaporizhia, de acordo com o regimento Azov (unidade neonazista da Guarda Nacional da Ucrânia).

A prefeitura de Mariupol espera conseguir evacuar mais pessoas neste domingo. Estima-se que 10 mil civis ainda estejam na cidade, que ficou praticamente destruída após semanas de bombardeios. É nesta região que o Exército russo concentra a maior parte de suas forças.

Além disso, na noite de sábado (30), o aeroporto de Odessa — cidade localizada às margens do Mar Negro — foi atingido por ataques russos que destruíram parte da pista de pouso. O Exército russo admitiu ter atirado no aeroporto e afirma ter destruído armas ocidentais.

Em uma conversa com Zelensky, o presidente francês Emmanuel Macron indicou que a França vai reforçar o envio de equipamentos militares e ajuda humanitária aos ucranianos.

Visita de Pelosi

Em visita surpresa a Kiev, a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, se encontrou com o presidente ucraniano Volodimir Zelenski ainda neste domingo (1°). Nas redes sociais, Zelenski agradeceu aos EUA pelo apoio na guerra contra a Rússia.

"Reunião com a presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi. Os EUA lideram o forte apoio à Ucrânia na luta contra a agressão russa. Obrigado por ajudarem a proteger a soberania e a integridade do território de nosso Estado!", escreveu o ucraniano.

Um comunicado da delegação americana explica que a visita teve como objetivo enviar uma mensagem "inequívoca e retumbante" ao mundo de que os EUA estão com a Ucrânia. "Apoio americano adicional está a caminho", reforçaram os parlamentares, que garantem que vão "transformar o pedido do presidente Joe Biden em um pacote legislativo".

Na quinta-feira (28), o presidente dos EUA pediu ao Congresso americano para aumentar o orçamento de ajuda à Ucrânia em US$ 33 bilhões, a fim de reforçar a ajuda ao Exército ucraniano.

A maior parte (US$ 20 bilhões) deste total seria utilizada para compra de armas, munições e outras assistências militares. Outros US$ 8,5 bilhões seriam enviados diretamente ao governo da Ucrânia, para assistência econômica.

Corpos com sinais de tortura

As autoridades ucranianas ainda informaram ontem (30) a descoberta de três corpos de homens com marcas de tortura em uma vala perto de Bucha, uma área que foi ocupada durante semanas pelas tropas russas. Os cadáveres foram encontrados com as mãos amarradas e os olhos vendados, de acordo com o chefe de polícia de Kiev, Andriy Nebytov.

"As vítimas foram torturadas durante muito tempo. No final, cada uma recebeu um tiro na têmpora", completou.

Bucha virou um símbolo das atrocidades da guerra na Ucrânia desde a descoberta, no início de abril, de dezenas de corpos de pessoas com roupas civis espalhados pelas ruas.

(Com AFP, Reuters e RFI)