Rússia anuncia saída de conselho que conta com Finlândia e Suécia
A Rússia anunciou hoje a sua saída do Conselho dos Estados do Mar Báltico (CBSS, na sigla em inglês), grupo criado em 1992 para facilitar a cooperação nessa região do norte da Europa, após Finlândia e Suécia fazerem o pedido oficial para adesão à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Segundo o ministro russo das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, a organização se tornou um "instrumento de políticas" contra Moscou e de "russofobia".
"Nossa presença no CBSS é contraproducente", acrescentou.
O conselho tem 11 Estados-membros, mas apenas Finlândia, Suécia e Rússia não fazem parte da Otan. No entanto, os dois países escandinavos já anunciaram suas candidaturas a integrantes da aliança militar ocidental, provocando críticas de Moscou.
Ainda de acordo com a Rússia, o CBSS planejava fazer uma reunião na Noruega, em 25 de maio, sem sua presença. Além disso, Moscou acusou o conselho de "roubar" a contribuição russa para seu orçamento.
Rússia expulsa diplomatas finlandeses
A Rússia também informou, nesta terça-feira (17), a expulsão de dois diplomatas da embaixada da Finlândia em Moscou. A medida seria uma retaliação à expulsão de dois membros da embaixada da Rússia em Helsinque, em abril.
O ministério diz que a ação também foi um protesto contra o embaixador finlandês, incluindo seu papel nas sanções internacionais contra a Rússia e o fornecimento de armas para a Ucrânia. A declaração, segundo a agência AP (Associated Press), não faz menção à Otan.
A Finlândia anunciou oficialmente neste domingo (15) que vai se inscrever para entrar na Otan (Organização do tratado do Atlântico Norte), aliança militar da qual os Estados Unidos fazem parte. O país nórdico vinha adotando a neutralidade desde a Guerra Fria, e o movimento veio acompanhado de ameaças russas e medo de uma possível reação de Vladimir Putin.
Em seguida, foi a vez de a Suécia demonstrar que não ficaria sozinha "de fora" e pedir adesão à Otan. A Turquia, que faz parte do grupo, já avisou que não vai aprovar a entrada —e é preciso unanimidade.
Antes disso, a Ucrânia fez pressão para ser aceita, o que, para grande parte dos analistas, foi o que desencadeou a invasão russa.
*Com informações das agências Reuters e ANSA
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