Paramédica ucraniana é presa pela Rússia após gravar socorro a feridos
Uma paramédica ucraniana foi capturada pela Rússia após gravar o atendimento a pessoas feridas na cidade portuária de Mariupol, na Ucrânia, com uma câmera acoplada na cabeça, segundo a agência de notícias AP.
As imagens foram divulgadas ontem pela agência após Yuliia Paievska, de 53 anos, entregá-las à equipe de reportagem e os jornalistas conseguirem escapar do território ucraniano com o cartão de memória escondido em um absorvente interno. A paramédica, conhecida como Taira, teria sido capturada no dia seguinte.
Nas imagens feitas por Taira, quando a guerra ainda estava em suas primeiras semanas, é possível ver ela e sua equipe de colegas atendendo dezenas de pessoas feridas no conflito com a Rússia. Entre as vítimas, de acordo com a AP, estão tanto ucranianos quanto russos.
Ainda segundo a agência, emissoras russas exibiram um vídeo dela e a acusaram de tentar fugir da cidade disfarçada. Após a divulgação do vídeo, ela não foi mais vista.
Em um dos trechos das imagens gravadas pela paramédica, ela e sua equipe tentam salvar um menino, que acaba não sobrevivendo. Após a morte do garoto, é possível ouvir sons de soluços e dispositivos médicos apitando ao fundo enquanto Taira se vira, encosta a cabeça na parede e apoia uma das mãos cobertas de sangue ao lado.
Outro vídeo publicado pela AP mostrou Taira removendo luvas ensanguentadas de suas mãos, antes de passar para imagens dela correndo por um corredor atrás de socorristas que empurravam uma maca.
O quadro a seguir mostrava Taira cuidando do rosto ferido e ensanguentado de um homem e abrindo a pálpebra dele enquanto respirava fundo.
Mais imagens da câmera do capacete da paramédica mostraram um soldado sendo carregado em uma maca, antes de cortar para uma foto do rosto ensanguentado de um soldado sendo enfaixado por médicos. No quadro seguinte, os médicos realizaram RCP em uma pessoa não identificada.
Desaparecida após o suposto sequestro, Taira não é vista desde meados de março. A guerra na Ucrânia começou em 24 de fevereiro.
O marido de Taira, Vadim Puzanov, disse à AP que tem pouco ou nenhum conhecimento de seu paradeiro ou condição da paramédica.
"Acusar um médico voluntário de todos os pecados mortais, incluindo o tráfico de órgãos, já é uma propaganda ultrajante. Nem sei para quem é", afirmou Puzanov.
Médicos, hospitais e outras instalações de saúde têm sido consistentemente alvos das forças russas durante os três meses de guerra.
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