Topo

Esse conteúdo é antigo

Boris Johnson se diz preocupado com sumiço de Dom Phillips e oferece ajuda

Do UOL, em São Paulo

15/06/2022 09h31Atualizada em 15/06/2022 11h56

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, se manifestou hoje publicamente, pela primeira vez, sobre o desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips na Amazônia. Durante sessão do Parlamento, ele disse estar "profundamente preocupado" com o caso e ofereceu ajuda ao governo brasileiro nas buscas.

Como todos nesta Casa, estou profundamente preocupado com o que pode ter acontecido com ele. O Ministério de Relações Exteriores está trabalhando em conjunto com as autoridades brasileiras.
Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido

A fala do premiê britânico ocorreu após ele ser questionado sobre o assunto por Theresa May, parlamentar conservadora e ex-primeira-ministra do país. Johnson também disse que o país está em contato com o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O que dissemos aos brasileiros foi que estamos prontos para oferecer todo o apoio que precisarem.

Desaparecidos desde o dia 5

Dom Phillips e o indigenista brasileiro Bruno Pereira estão desaparecidos desde o último dia 5, quando saíram de barco da comunidade ribeirinha São Rafael para Atalaia do Norte, no oeste do Amazonas. O trajeto tem cerca de 70 km.

Nesta semana, a família de Phillips no Reino Unido foi comunicada pela embaixada brasileira que dois corpos haviam sido encontrados amarrados a uma árvore e que aguardavam perícia — o que foi desmentido pela Polícia Federal. O Itamaraty se desculpou aos Phillips pela informação cruzada.

Ontem, um segundo suspeito de ter ligação com os desaparecimentos foi preso no Amazonas. Oseney da Costa de Oliveira, 41 anos, conhecido como "Dos Santos", foi preso pelos agentes sob suspeita de ser cúmplice de Amarildo da Costa de Oliveira, o "Pelado", preso na terça passada (7) por porte de munição de uso restrito das Forças Armadas. No barco de Amarildo, a polícia encontrou vestígios de sangue; o material foi encaminhado para a perícia.

Onde o indigenista e o jornalista desapareceram - Arte/UOL - Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Região tem escalada de violência

Localizada na fronteira com o Peru e a Colômbia, com acesso restrito por vias fluviais e aéreas, a região do Vale do Javari abriga a maior concentração de povos indígenas isolados no mundo.

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, houve um crescimento de 9,2% na violência letal entre 2018 e 2020 em cidades de floresta na região Norte do país. Isso inclui uma guinada na ocupação da área demarcada, no avanço do tráfico de drogas, da caça clandestina, da extração ilegal de madeira e da mineração de ouro.

Ontem, o prefeito de Atalaia do Norte, Denis Paiva (União Brasil), falou que o sumiço pode ter relação com a "máfia dos peixes", conforme mostrou a agência de notícias norte-americana AP (Associated Press): "O motivo do crime é uma briga pessoal pela fiscalização da pesca", afirmou.

O ex-presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio) Sydney Possuelo disse ontem acreditar que Bruno e Dom foram vítimas de uma emboscada. À PF, o procurador da Univaja, Eliésio Marubo, afirmou ter recebido uma mensagem de Bruno alertando que "corria risco de vida".

YouTube